Nenhum homem é capaz de descrever as
sensações de uma mulher grávida, tão menos falar sobre as dores sentidas ao
trazer um bebê ao mundo. Experiência qual somente a natureza feminina tem a
“graça” de viver.
Já diz uma cancão de tantas Marias: “...de uma gente que ri quando
deve chorar...”, talvez essa seja uma das melhores expressões para explicar o
momento do parto, mas isso quando se trata do natural. Durante nove meses,
certa Maria, carrega em seu ventre,
reveste de carne uma nova vida. A cada semana uma surpresa. Com uma medicina
qualificada e equipamentos avançados é possível ver o rostinho do bebê em 3D.
Com o passar do tempo, juntamente com as alegrias vem o pesar de um corpo
cansado, os órgãos internos femininos já deram todo espaço possível para a
criança se desenvolver. Milagre da vida que traz dores para as Marias antes mesmo de darem a luz. As
pernas incham, as costas doem, o corpo dói sem encontrar uma posição adequada
para deitar, a respiração pode ficar mais curta, enfim, sensações que só as Marias podem descrever.
No
momento certo esse corpo cansado, cheio de dores, que divide seus nutrientes
com outro pequenino, “grita” clamando alívio e expele a nova vida. Parece frio
pensar dessa forma, mas é real, nascemos por estarmos prontos e porque o corpo
de nossa mãe, uma entre tantas Marias,
está sofrendo.
Antigamente
as Marias de diversas culturas
encontravam maneiras de parir, sempre percorrendo caminhos que as mais velhas
abriam.
E as
famosas parteiras, quem desta nova geração ouviu falar delas? Sabedoria muitas
vezes matuta, mas extremamente eficaz, por suas mãos o parto era humanizado, o
que hoje em dia com a medicina moderna e talvez com a pressa de alguns
obstetras em ganhar seu dinheiro, isso se tornou bastante diferente, pode-se
dizer “frio”.
De
acordo com o site “partopelomundo.com”, vem aumentado o número de famílias que
optam pela realização do parto em casa na Austrália, com 33% de aumento entre
2004 e 2009. A taxa de mortalidade materna neste país é registrada como uma das
mais baixas no mundo sendo 8,4 em cada 100.000 mulheres. As últimas
estatísticas, a partir de 2003- 2005 mostram apenas 65 óbitos maternos
ocorridos na Austrália. Nenhum deles estavam relacionados a partos
domiciliares.
Em
alguns casos a cesariana é de extrema necessidade para garantir a vida de Marias e seus bebês. Mas em outros é
pura comodidade de ambas as partes. Delas talvez por medo das dores do parto,
por medo de estragar a genital ou são seduzidas por uma maneira rápida e que de
dor no momento somente há uma agulhada nas costas. E seduzir para esse tipo de
parto parece estar se tornando uma especialidade obstetrícia. Perceba, pelo
Sistema único de saúde (SUS), o método natural custa R$ 291,00 e a cirurgia
cesariana, R$ 402,00, já imaginou quanto isso custa em um hospital privado?
Pois é isso varia de acordo com cada instituição por envolver diária e outros
procedimentos.
Ah! Sim,
as dores que não foram sentidas na hora do nascimento aparecem de outras
formas, durante alguns dias, a barriga partida com pontos se enche de gases,
tossir ou espirrar é quase um ataque inimigo em meio à guerra. Enquanto aquela
que trouxe a luz uma nova vida de forma natural se recupera de maneira muito
mais rápida e sem riscos de infecção hospitalar.
Ó Marias o que acontece com vocês? Mas
quem sou eu para explicar? Sou apenas um João
entre tantos outros que se alegra ao ver a carinha da vida, ao ouvir o
chorinho da esperança e dores de parto ou pós-parto não sou capaz de sentir. Benedito Antônio
(aluno)
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