Ao longo de todo o percurso uma frase de Van Potter vem nos
inquietando, diz ele: “muitas vozes falam, muitas definições são dadas. Quem
está certo?”. Percebemos que todos
proferem parecer, e como percebemos na postagem anterior (cf. Poder, poder:
onde está tua vitória?), esse parecer vem carregado de parcialidade e
caracterizado profundamente pelo grupo que o profere. Nesse itinerário, cada
vez mais, nos preocupamos em nos posicionarmos perante tais definições e
parecer, mas angustiamo-nos em encontra-las. E, além disso, muitas vezes
oscilamos de opção, ao vislumbrarmos a argumentação que este ou aquele grupo
nos apresenta.
Para
facilitarmos a compreensão da angustia que perpassa esse artigo, um exemplo
muito claro pulula-nos a mente. O Estatuto do Embrião. Em relação a esse
questionamento ético varias são as vertentes que se posicionam estabelecendo
que a vida humana é, verdadeiramente pessoa, neste ou naquele determinado
ponto. E assim, percebem que se em estágios anteriores não se pode atestar ser
uma pessoa humana, o mesmo pode ser utilizado em pesquisas e afins.
Muitas
vozes, quem está certo?
Perante
esse questionamento cabe nos preocupar em perceber quem é o mais acertado ou o
que verdadeiramente se preocupa, não apenas com o que conseguirá de benefícios
com a concessão, mas que compreende o verdadeiro sentido em prol do e para os
que dependem do parecer. Sendo assim, procuramos encontrar um caminho, um
norteador, um porto seguro que nos possibilite, com maior segurança possível,
darmos uma definição assertiva.
É
nesse sentido que a teoria denominada de tucionismo pode nos auxiliar. O
tucionismo nos diz que: na dúvida, escolhe-se a posição moral mais
segura. Isto é, que melhor preservaria a dignidade da pessoa humana. E mediante
essa teoria possibilita-nos ter maior cautela na decisão a ser tomada.
Talvez
num primeiro momento, muito nos chamaram de fracos ao nos posicionamos perante
essa teoria. No entanto, é justamente esse posicionamento que permite dar uma
margem de sensatez àqueles que possuem razão oposta. Afinal, dizemos que nas
extremidades acaloradas das decisões, conseguimos chegar a um meio seguro de
decisão sensata.
Assim,
que a bioética possa cada vez mais progredir e nos auxiliar para que, as vozes
que tanto clamam nos vários rumos de nossa história, possam nos conduzir para
seguramente termos a confiança de constatarmos a nossa legitima tentativa de,
utilizando-nos dos desenvolvimentos todos que a ciência e a tecnologia nos
proporciona, estarmos verdadeiramente conduzindo a vida de hoje e de amanhã
para uma existência sustentável. É nesse itinerário que estaremos dando parecer
certeiro à Ética desse Grande Ciclo da Vida. Por Marco Aurélio (aluno).
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