domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eu ainda sou tucionista


Ao longo de todo o percurso uma frase de Van Potter vem nos inquietando, diz ele: “muitas vozes falam, muitas definições são dadas. Quem está certo?”. Percebemos que todos proferem parecer, e como percebemos na postagem anterior (cf. Poder, poder: onde está tua vitória?), esse parecer vem carregado de parcialidade e caracterizado profundamente pelo grupo que o profere. Nesse itinerário, cada vez mais, nos preocupamos em nos posicionarmos perante tais definições e parecer, mas angustiamo-nos em encontra-las. E, além disso, muitas vezes oscilamos de opção, ao vislumbrarmos a argumentação que este ou aquele grupo nos apresenta.
                Para facilitarmos a compreensão da angustia que perpassa esse artigo, um exemplo muito claro pulula-nos a mente. O Estatuto do Embrião. Em relação a esse questionamento ético varias são as vertentes que se posicionam estabelecendo que a vida humana é, verdadeiramente pessoa, neste ou naquele determinado ponto. E assim, percebem que se em estágios anteriores não se pode atestar ser uma pessoa humana, o mesmo pode ser utilizado em pesquisas e afins.
                Muitas vozes, quem está certo?
                Perante esse questionamento cabe nos preocupar em perceber quem é o mais acertado ou o que verdadeiramente se preocupa, não apenas com o que conseguirá de benefícios com a concessão, mas que compreende o verdadeiro sentido em prol do e para os que dependem do parecer. Sendo assim, procuramos encontrar um caminho, um norteador, um porto seguro que nos possibilite, com maior segurança possível, darmos uma definição assertiva.             
                É nesse sentido que a teoria denominada de tucionismo pode nos auxiliar. O tucionismo nos diz que: na dúvida, escolhe-se a posição moral mais segura. Isto é, que melhor preservaria a dignidade da pessoa humana. E mediante essa teoria possibilita-nos ter maior cautela na decisão a ser tomada.
                Talvez num primeiro momento, muito nos chamaram de fracos ao nos posicionamos perante essa teoria. No entanto, é justamente esse posicionamento que permite dar uma margem de sensatez àqueles que possuem razão oposta. Afinal, dizemos que nas extremidades acaloradas das decisões, conseguimos chegar a um meio seguro de decisão sensata. 
                Assim, que a bioética possa cada vez mais progredir e nos auxiliar para que, as vozes que tanto clamam nos vários rumos de nossa história, possam nos conduzir para seguramente termos a confiança de constatarmos a nossa legitima tentativa de, utilizando-nos dos desenvolvimentos todos que a ciência e a tecnologia nos proporciona, estarmos verdadeiramente conduzindo a vida de hoje e de amanhã para uma existência sustentável. É nesse itinerário que estaremos dando parecer certeiro à Ética desse Grande Ciclo da Vida. Por Marco Aurélio (aluno).

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