quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A teologia e a bioética frente aos desafios contemporâneos - Parte I


A reflexão sobre a sociedade juntamente com o desenvolvimento das estruturas que a constitui, tem se tornado cada vez mais exigente para os intelectuais contemporâneos. O desenvolvimento da ciência, da técnica, da biologia e, sobretudo, da biomedicina desafiam o homem contemporâneo a repensar os seus estatutos. Os estatutos relacionais, o estatuto existencial, os estatutos antropológicos e, portanto, tendo ressonância na ideia de identidade e personalidade do homem sem que o mesmo negue a cultura desses novos tempos. Por isso, Morin (2001b) defende uma compreensão do ser humano que tenha como alicerce o ser vivo.
 Ele defende a necessidade de articular o ser humano e ser o vivo, pois o primeiro seria uma extrema complexificação do segundo. Isso leva a uma superação da dicotomia entre homem e animal, natureza e cultura, entrelaçando-os pela complexificação de ambos repensando a imagem de identidade humana[1].
Nesse sentido, é importante entender o homem como um ser biocultural. Isto é, em estreita relação com a gama de fenômenos existentes em todos os tempos e, hoje, na contemporaneidade. E assim, tanto para ética, quanto para a bioética esta abordagem biocultural do atual ser humano exige um retorno as bases antropológicas com a atualização da pergunta de todas as perguntas: O que é o homem?
 Uma possível abordagem harmoniosa, dialógica e em conformidade com os desafios contemporâneos teria como base três elementos para a atualização antropológica: o indivíduo, a espécie e a sociedade[2].
O indivíduo como sendo relação com o semelhante e com os diversos seres existentes. A espécie como sendo o con-vivio relacional de exigência mutua de todas as vidas. E a sociedade como casa mãe e berço gerador de todas as vidas.
Para tanto, a figura do teólogo como agente reflexivo e atuante na vida da sociedade tem o seu papel de destaque. Mas não como legiferador das ações humanas. E sim, como agente que manifesta a sua preocupação frente às incidências da intervenção tecnológicas do ser humano no ambiente natural[3]. Por Vagner Moreira (aluno).



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Resumo: A reflexão sobre a sociedade e o desenvolvimento das estruturas que a envolve tem se tornado cada vez mais exigentes para os intelectuais contemporâneos. Nesse sentido, é importante entender o homem como um ser biocultural. Isto é, em estreita relação com a gama de fenômenos existentes em todos os tempos e, hoje, na contemporaneidade. E assim, tanto para ética, quanto para a bioética esta abordagem biocultural do atual ser humano exige um retorno as bases antropológicas com a atualização da pergunta de todas as perguntas: O que é o homem? Para tanto, a figura do teólogo como agente reflexivo e atuante na vida da sociedade tem o seu papel de destaque. Mas não como legiferador das ações humanas. E sim, como agente que manifesta a sua preocupação frente às incidências da intervenção tecnológicas do ser humano no ambiente natural. Não é ditando preceitos ou códigos de normas para a retidão da ciência que os desafios serão sanados ou eliminados. Mas, possivelmente, seria redescobrindo o sentido ético para a vida. Ressignificando e atualizando o sentido da pergunta: o que é o homem? E acolhendo de modo crítico a mutação cultural dos novos tempos. Palavras chaves: reflexão, desenvolvimento, estruturas, responsabilidade, con-vívio, simbólica, ser humano, novos, tempos, alicerces, contemporâneo, antropologia, biocultural, biomedicina, tecnociência, repensar, compreensão, ser, vivo, necessidade, articular, pergunta, exigência, berço, casa, mãe, sociedade, cultura, teólogo, drama, hierarquia, união, homem, aterrorizar, equilíbrio, mundo, desespero, desafios.

Crédito da figura: http://www.triggison.com/zorthian/szukal27.jpg

[1] Cf: JUNGES José Roque. Bioética: hermenêutica e casuística. Loyola: São Paulo: 2006 p.25.
[2]  Cf: JUNGES José Roque. Bioética: hermenêutica e casuística. Loyola: São Paulo: 2006 p.26.
[3]  Cf: JUNGES José Roque. Bioética: hermenêutica e casuística. Loyola: São Paulo: 2006 p.33.

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