Um tema deveras complexo, pois envolve a mulher como pessoa em sua
plenitude. Também complexo porque, são muitas as forças pensantes e que
refletem a partir do lugar que ocupam: juristas, médicos, moralistas,
filósofos, cientistas, teólogos, religiões, igrejas, políticos.
A grande pergunta é “quando se inicia a vida humana, num embrião ou num
feto?”
Segundo o Prof. Germano Cord Neto, nenhum grupo responde
imperiosamente a esta questão, pois é
aqui que emerge a pluralidade de posições. Porém, elas, por sua vez,
baseiam-se em orientações também plurais que seguem convicções de uma variedade
de visões do mundo e do ser humano, através de uma postura moral. Pois, “a
afirmação da personalidade do embrião humano é um ato moral.”
Assim, o conhecimento médico e científico não pode garantir uma
resposta acabada, já que brotam de complicados fatos e experiências que
permeiam áreas dos valores, da religião, da medicina, da filosofia.
A medicina por sua vez, não dá conta de informar se o aborto é
seguro ou maléfico para a mulher quer fisicamente, quer psicologicamente. É
claro que, quando feito com propriedade, é seguro. Porém, no Brasil, onde a
legalidade do aborto não existe, sua prática é clandestina e abundante,
suscitando assim, o debate público sobre a segurança da mulher.
O debate, faz-se necessário, sobretudo, em relação à ética do
aborto, já que não há consenso e suscita diversas reações referentes à
moralidade do ato, junto à população.
O aborto pode ser espontâneo ou provocado. O primeiro não implica
consideração ética. Porém, o segundo, pode ter causas e razões tendo
implicações médicas, jurídicas e morais.
O certo é que precisa haver valores que ajudem na reflexão sobre o
aborto, como: reconhecimento do direito à vida a todo ser humano; proteção ao
direito de viver; defesa da maternidade, tendo em conta se este ato é fruto da
violência contra a mulher, ou um ato humano e a ética médica que deve ser de
proteção e cuidado da vida humana, nunca seu destruidor.
Diante deste questionamento, minha posição é que, feito com amor,
tanto o embrião como o feto, são manifestação do dom da vida e, portanto, devem
ser respeitados no seu direito à este dom. Inez - aluna
NETO, Germano Cord. Curso de ética médica. Faculdade de medicina da UFMG. Belo Horizonte: 2007.
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