Vamos começar
com números então: Segundo o Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA), criado
em 1974 e o setor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1986, no
Brasil, 38,5% das jovens iniciavam a vida sexual antes dos 18 anos. Em 1996,
esse percentual subiu para 56,4% em 2011. Esses dados levam a concluir que
existe uma relação entre a idade da primeira relação sexual e a primeira
gravidez, ou seja, quanto mais precoce o início da vida sexual, mais cedo
ocorre a possibilidade de uma gestação.
Apontar números e porcentagens
parece assustar, mas na prática essa situação já não impressiona mais, nem
mesmo as próprias meninas. Mas qual é a origem disso? Seria influência
midiática? Educação em crise? Sem falar que isso se torna caso de saúde
pública! Então vamos refletir sobre estes três pontos, embora tenha certeza que
deve haver tantos outros.
Vivemos em uma realidade altamente
influenciada pela mídia em geral. Falar de sexo na televisão é quase o mesmo
que falar em logo praticá-lo. Internet, revistas e tantos outros meios seguem o
mesmo caminho. Até certo tempo ser virgem aos 15 anos e até o momento de se
casar era uma grande virtude, hoje isso é motivo de piada maior, pois uma jovem
evoluída e moderna é aquela que já experimentou de tudo. Doce ilusão, uma
gravidez inesperada muda todo o rumo de uma vida. E como forma de se retratar,
a TV, por exemplo, após incentivar o sexo cria situações em novelas nas quais
adolescentes grávidas se revoltam no primeiro momento, mas logo depois assumem
todas as consequências dos atos e se tornam super heroínas e mães mais felizes
do mundo. Capazes de sacrificar todo tempo de lazer para cuidar de seus filhos.
Parece-me que o famoso seriado americano “Glee” apresenta uma situação dessas.
Talvez tudo isso seja muito mais fácil na ficção, mas na vida real é bastante
diferente. O que se perde não é o recato ou virgindade e sim o amor próprio e a
possibilidade de que tudo aconteça no momento certo na vida de uma mulher, mas
estou me referindo à fase adulta! Contudo,
passou da hora da mídia começar a acertar.
Quando se fala em educação, logo se
pensa na escola. Ué, mas isso não é algo que vem do berço? Pois bem, parece
mesmo uma via de mão dupla. A “espécie” adolescente, tanto macho quanto fêmea,
está em plena “ebulição” hormonal, o desejo sexual é aflorado e sensações
prazerosas começam a ser descobertas e quando tais sensações são realizadas em
dupla parece ser melhor ainda. É exatamente neste momento que a educação é
primordial. Quando vinda de casa, no ceio da família, é aquela que vai oferecer
valores, mostrar a partir de conceitos até mesmo religiosos os prós e contras
de um a experiência sexual imatura. Só que muitos pais não conversam com seus
filhos sobre tal assunto. Parece ser melhor nem mencionar, pois a vida ensina.
E a vida ensina mesmo, mas a custa de que? Ou melhor, de quem? Daí sobra uma
grande responsabilidade para escola, lugar do pensar, que além de preocupar em
formar cidadãos capazes de assimilar raciocinar, também precisam buscar meios
de oferecer educação sexual para seus alunos. Porque se não, garotos e garotas
começam a deixar a instituição de ensino para trabalhar e sustentar, ou pelo
menos “brincar” de criar uma criança. A educação brasileira possui muitas
dificuldades, e cuidar do filho dos outros é uma responsabilidade muito grande,
outros esses que também precisam ser educados.
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
apontou em 2011 que mundialmente, a taxa de gravidez na adolescência varia
entre 143 para 1000 na África sub-saariana, a 2,9 100 na Coréia do Sul.
Engravidar na fase em que o corpo está mudando, em que uma identidade está se
formando não é privilégio de classe social, mas a grande maioria acontece em D
e E. A saúde pública com toda sua deficiência precisa dar conta do
acompanhamento (pré-natal) e ainda oferecer um parto seguro.
Tomemos como exemplo uma jovem de 14
anos, nos dias de hoje parecem até bem formadas de corpo, mas muito ainda à de
se formar. Quando engravida sérios danos podem ocorrer. Do ponto de vista
psicológico/emocional, isso se torna uma situação muito grave e com sérias
consequências. E eu lhe pergunto, será que o SUS da conta de tudo isso? Quando
a jovem percebe tamanha responsabilidade e se vê diante do medo dizer aos pais,
por muitas vezes busca soluções drásticas, comprometendo assim a própria vida
por meio do aborto. E o pior, isso acontece com o incentivo do próprio parceiro
ou pelo fato de ele não se responsabilizar. Esse atentado contra a vida que se
forma dentro de uma adolescente despreparada pode ocorrer em clínicas
clandestinas ou com o uso de remédios e chás abortivos. O que pode gerar graves
problemas físicos, como uma hemorragia. E quem vai cuidar de tudo isso? A saúde
pública é claro!
Convido-lhe
a tirar suas conclusões sobre a origem e talvez à solução desse grande problema
que atinge a sociedade. Mas posso partilhar ainda, que confio naquela boa
conversa esclarecedora e sem traumas que acontece no aconchego do lar. Pai e
mãe pensem nisso! Benedito Antonio
(aluno)
Créditos
da imagem: http://www.itapuamafm.com.br/site/images/stories/2011/setembro/bgm.jpg
olá, gostaria de pedir o direito dessa imagem, mas não estou achando o proprietário.. você poderia me ajudar ?
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