domingo, 26 de fevereiro de 2012

Gravidez na adolescência? Ah! Conte-me uma nova!



            Vamos começar com números então: Segundo o Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA), criado em 1974 e o setor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1986, no Brasil, 38,5% das jovens iniciavam a vida sexual antes dos 18 anos. Em 1996, esse percentual subiu para 56,4% em 2011. Esses dados levam a concluir que existe uma relação entre a idade da primeira relação sexual e a primeira gravidez, ou seja, quanto mais precoce o início da vida sexual, mais cedo ocorre a possibilidade de uma gestação.
            Apontar números e porcentagens parece assustar, mas na prática essa situação já não impressiona mais, nem mesmo as próprias meninas. Mas qual é a origem disso? Seria influência midiática? Educação em crise? Sem falar que isso se torna caso de saúde pública! Então vamos refletir sobre estes três pontos, embora tenha certeza que deve haver tantos outros.
             Vivemos em uma realidade altamente influenciada pela mídia em geral. Falar de sexo na televisão é quase o mesmo que falar em logo praticá-lo. Internet, revistas e tantos outros meios seguem o mesmo caminho. Até certo tempo ser virgem aos 15 anos e até o momento de se casar era uma grande virtude, hoje isso é motivo de piada maior, pois uma jovem evoluída e moderna é aquela que já experimentou de tudo. Doce ilusão, uma gravidez inesperada muda todo o rumo de uma vida. E como forma de se retratar, a TV, por exemplo, após incentivar o sexo cria situações em novelas nas quais adolescentes grávidas se revoltam no primeiro momento, mas logo depois assumem todas as consequências dos atos e se tornam super heroínas e mães mais felizes do mundo. Capazes de sacrificar todo tempo de lazer para cuidar de seus filhos. Parece-me que o famoso seriado americano “Glee” apresenta uma situação dessas. Talvez tudo isso seja muito mais fácil na ficção, mas na vida real é bastante diferente. O que se perde não é o recato ou virgindade e sim o amor próprio e a possibilidade de que tudo aconteça no momento certo na vida de uma mulher, mas estou me referindo à fase adulta! Contudo,  passou da hora da mídia começar a acertar.
            Quando se fala em educação, logo se pensa na escola. Ué, mas isso não é algo que vem do berço? Pois bem, parece mesmo uma via de mão dupla. A “espécie” adolescente, tanto macho quanto fêmea, está em plena “ebulição” hormonal, o desejo sexual é aflorado e sensações prazerosas começam a ser descobertas e quando tais sensações são realizadas em dupla parece ser melhor ainda. É exatamente neste momento que a educação é primordial. Quando vinda de casa, no ceio da família, é aquela que vai oferecer valores, mostrar a partir de conceitos até mesmo religiosos os prós e contras de um a experiência sexual imatura. Só que muitos pais não conversam com seus filhos sobre tal assunto. Parece ser melhor nem mencionar, pois a vida ensina. E a vida ensina mesmo, mas a custa de que? Ou melhor, de quem? Daí sobra uma grande responsabilidade para escola, lugar do pensar, que além de preocupar em formar cidadãos capazes de assimilar raciocinar, também precisam buscar meios de oferecer educação sexual para seus alunos. Porque se não, garotos e garotas começam a deixar a instituição de ensino para trabalhar e sustentar, ou pelo menos “brincar” de criar uma criança. A educação brasileira possui muitas dificuldades, e cuidar do filho dos outros é uma responsabilidade muito grande, outros esses que também precisam ser educados.
            A Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou em 2011 que mundialmente, a taxa de gravidez na adolescência varia entre 143 para 1000 na África sub-saariana, a 2,9 100 na Coréia do Sul. Engravidar na fase em que o corpo está mudando, em que uma identidade está se formando não é privilégio de classe social, mas a grande maioria acontece em D e E. A saúde pública com toda sua deficiência precisa dar conta do acompanhamento (pré-natal) e ainda oferecer um parto seguro.
            Tomemos como exemplo uma jovem de 14 anos, nos dias de hoje parecem até bem formadas de corpo, mas muito ainda à de se formar. Quando engravida sérios danos podem ocorrer. Do ponto de vista psicológico/emocional, isso se torna uma situação muito grave e com sérias consequências. E eu lhe pergunto, será que o SUS da conta de tudo isso? Quando a jovem percebe tamanha responsabilidade e se vê diante do medo dizer aos pais, por muitas vezes busca soluções drásticas, comprometendo assim a própria vida por meio do aborto. E o pior, isso acontece com o incentivo do próprio parceiro ou pelo fato de ele não se responsabilizar. Esse atentado contra a vida que se forma dentro de uma adolescente despreparada pode ocorrer em clínicas clandestinas ou com o uso de remédios e chás abortivos. O que pode gerar graves problemas físicos, como uma hemorragia. E quem vai cuidar de tudo isso? A saúde pública é claro!
            Convido-lhe a tirar suas conclusões sobre a origem e talvez à solução desse grande problema que atinge a sociedade. Mas posso partilhar ainda, que confio naquela boa conversa esclarecedora e sem traumas que acontece no aconchego do lar. Pai e mãe pensem nisso! Benedito Antonio (aluno)

Créditos da imagem: http://www.itapuamafm.com.br/site/images/stories/2011/setembro/bgm.jpg

Um comentário:

  1. olá, gostaria de pedir o direito dessa imagem, mas não estou achando o proprietário.. você poderia me ajudar ?

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