domingo, 26 de fevereiro de 2012

SAÚDE EM CONFLITO



            Pensemos nas grandes guerras da história. Para que elas acontecessem, as partes interessadas desenvolviam estratégias. Derivada do grego strategos (στρατηγός) era vista como uma grande arte do general, que desenvolvia e conduzia campanhas, fazia divisão de forças em vista de derrotar o inimigo em suas batalhas. Estratégias que deixaram suas marcas na história e hoje são utilizadas em diversas situações, como o Brasil, que se declarou um grande opositor do crack, a droga que vem causando um grande mal à sociedade brasileira.
            Numa reportagem ao portal G1, no dia 07 de dezembro de 2011, O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que entre 2003 e 2011, passou de 25 mil para 250 mil a média mensal de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a usuários de álcool e drogas em todo o país. Tais dados foram apresentados durante lançamento de conjunto de ações integradas para o enfrentamento do crack no Brasil. Segundo o ministro, o país vive uma epidemia da droga a qual chamou de “ferida social”. O governo federal pretende investir R$ 4 bilhões para aumento do atendimento de saúde aos dependentes químicos, enfrentar o tráfico e ampliar ações de prevenção.  
            Seguindo a linha estrategista nesta grande guerra contra a “rocha”, como é conhecida pelos usuários, o governo federal desenvolveu o programa que recebe o seguinte mote: “Crack, é possível vencer”. Com a pretensão de criar enfermarias especializadas com 2.462 leitos destinados ao tratamento de usuários de drogas nos hospitais do SUS, e investimentos previstos até R$ 670 milhões. No seguinte link:
 http://www.brasil.gov.br/enfrentandoocrack/home encontra-se todo um trabalho de conscientização e prevenção contra a droga que vem destruindo inúmeras pessoas e tornando a vida de suas famílias um inferno. Existe até o 0800 510 0015 para informações.
            Toda essa preocupação em combater a “ferida social”, como denomina o ministro da saúde é muito importante, mostra que o governo não está de olhos fechados para tal situação, mas fico pensando sobre esses grandes investimentos, pois a mídia nos mostra o quanto a saúde pública no Brasil é precária, o quanto pessoas esperam em filas enormes para serem atendidas, o quanto ficam nos corredores de hospitais esperando vaga em um leito. Meu Deus! Tem gente que a até morre por falta de atendimento. Quais serão os resultados dessa estratégia? Será que nossos generais estão realmente visualizando todo o campo de batalha e toda força inimiga?
            O crack é extremamente maléfico, segundo informações do próprio site citado acima, Das vias aéreas até o cérebro, a fumaça tóxica causa um impacto devastador no organismo. As principais consequências físicas do consumo da droga incluem doenças pulmonares e cardíacas, sintomas digestivos e alterações na produção e captação de neurotransmissores. Na reportagem do portal G1, também já mencionada neste texto, A presidente Dilma Rousseff destacou que a rede pública de saúde terá de ser “reforçada” para atender a usuários, que segundo ela, “têm não só problemas pontuais, mas têm crise de abstinência, dificuldade de lidar com o fato, colocam suas vidas em risco e tem comportamentos que afetam profundamente a família”. Outra vez digo que são admiráveis tais tentativas, mas ainda insisto no olhar mais eficaz para as estratégias. No início deste ano todo país ficou perplexo com ações na cracolândia, grande São Paulo. Para ser mais específico há quase dois meses ocorreu a tal “operação sufoco” que expulsou os dependentes químicos viventes naquela região. Estratégia ou não, o caso mobilizou a sociedade civil, que recriminou o ato, dizendo que foi na verdade uma “operação espanta mosca”, conforme carta enviada ao governo do estado e publicada no site Spresso SP no dia 08 de fevereiro. Trecho da carta diz o seguinte: “A violência da força policial ao agredir os dependentes químicos, a ‘procissão do crack’ pelo centro da cidade provocada pela estratégia de expulsão dos usuários e a guerra urbana que se instaurou com a ação policial são apenas algumas das consequências de uma política equivocada, ingênua e desastrosa. Esta medida tem gerado ainda ameaças aos moradores e comerciantes de roubo, de incêndio às lojas, além de toda sujeira “sanitária” gerada pela peregrinação dos viciados à diferentes locais na área.”
            Contudo, parece que em época de ano eleitoral não há bem estratégias e sim atitudes desesperadas de maquiar situações para mostrar que está tudo ficando bem, ou melhor, há atitudes eleitoreiras.
            Entendo que grandes problemas enfrentados pela saúde pública em nosso país não serão resolvidos do dia para noite, como não foi resolvido o problema do crack em São Paulo, mas será com passos lentos e eficazes. Voltemo-nos à etimologia da palavra estratégia, e peçamos ao governo federal que realmente a utilize de forma inteligente, que a ação de combate seja continuada,  que chegue em todas as áreas, interrompendo o tráfico, fazendo acompanhamento social, atendendo as famílias, ou seja curando realmente a “ferida social” e não colocando apenas uma gaze em cima dela para que apenas não se veja. Por Benedito Antônio (aluno)


Crédito da imagem: http://3.bp.blogspot.com/_6vYqUCCMmHo/TGyxLZzb3fI/AAAAAAAABQU/8RLvEogAdcI/s1600/medo.jpg
            

Um comentário:

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