domingo, 26 de fevereiro de 2012

Da Medicina para o mundo



“A natureza pode satisfazer todas as necessidades do homem, mas não sua ambição”
 (M. Gandhi)
               Sabemos que a paternidade da Bioética, mesmo controversa, é bem definida: Van Potter (oncologista) e Andre Hellegers (obstetra). Sendo assim, vislumbramos, especificamente, o ambiente de seu nascimento. É na medicina e nas questões éticas envolvendo suas práticas e evoluções que a bioética foi cunhando seu espaço e apresentando seus estatutos fundamentais.
No entanto, percebemos que o neologismo bioética, refere-se, em uma simples tradução de termos, a ética da vida.  Assim o sendo, percebemos que a vida não pode ser contida, e não é possível mesmo, apenas nas paredes dos hospitais, consultórios ou salas de cirurgias. A vida extrapola sua mera biologia e apresenta o homem um ser de relação. Sendo relação, o ser humano não contem em si mesmo, mas o é em contato com os demais de sua espécie, com os de outras espécies diferentes, com o seu habitat natural e para além dele.
Percebemos nesse percurso que ao pensarmos bioética não podemos fazê-lo apenas em relação, ao nascer e ao morrer, ao usar tal tecnologia em determinado tratamento ou não, ao prolongar assistidamente a vida humana. A Bioética passa a compreender, a refletir, a posicionar-se em relação à tudo o que envolve as relações humanas. Agora ela fala sobre sustentabilidade do Planeta: “estamos no mesmo barco”; fala sobre as relações de poder vigentes em questões econômicas; fala sobre a fome no continente Africano e a nossa possiblidade de sensibilizarmos com tal situação, pensa o cuidado tecnológico na fabricação bélica, etc.
Se já em sua gênese a bioética era uma reflexão da ciência biológica com a ética, fazendo-a nascer interdisciplinar. Em seu desenvolvimento, ela se torna transdisciplinar, perpassa pelos vários caminhos do conhecimento, dialoga com eles, instaura-se, estabelece relações. Assim a bioética faz-se presença efetiva, e por isso, necessária de ser conhecida, estudada e vivenciada por todos. É dessas reflexões que brotam a continuidade da vida!
A bioética cresce, deixa os simpósios de medicina e passa a falar aos quatro cantos do mundo. Madura? Ainda não!  Mas preparada suficientemente para estabelecer dialogo.
                Por fim, constatamos que a Bioética não trai suas raízes e desenvolvendo-se pelos tempos, cumpri sua missão tão sonhada por um dos seus idealizadores. Afinal, não foi o próprio Van Potter que pensará a bioética como uma ponte para o futuro?
                Pois, bem ela cumpre sua missão, talvez não sendo apenas uma ponte, mas um complexo viaduto de nossas modernas cidades, com retornos e acessos, antes ainda não imagináveis. Se ainda não bem sinalizados, nos possibilitando erros pelo percurso? Cabe agora estabelecermos novas fases. Afinal: daí depende nosso futuro!
Marco Aurélio.
Créditos da foto: http://lh5.ggpht.com/_DepIwO_eCIs/S-8Oy7vufGI/AAAAAAAAAWI/2V-7tff0JI8/TheJudgeHarryPregersonInterchange_th.jpg

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