domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os pensadores e os diversos campos da bioética




          Durante nossas aulas de bioética foram apresentadas pelo professor Germano, as várias vertentes de compreensões sobre o que vem a ser a “bioética”. Desde o criador do termo e sua definição, perpassamos por outros intelectuais, cientistas e pesquisadores que também “vestiram a camisa”, “arregaçaram a manga” em prol e em detrimento de uma “causa” que está ligado a toda humanidade. Não foi à toa, nem ao acaso que cientistas se preocuparam com o desenvolvimento científico que ora sucumbia à máxima de que “o fim justificam os meios”. Diante dos problemas enfrentados em grandes linhas de pesquisas científicas e tecnológicas, muitas ou algumas das experiências não tinham em evidência o valor das “cobaias” – sejam humanas ou animais – e não eram medidas as consequências maléficas de um determinado projeto.
            Partiu da preocupação, e aos poucos a bioética passa a tomar forma, conteúdo, metodologia e adquirindo um status relevante na sociedade, na ciência, na cultura, na ecologia, na política, nas artes e até na religião. A bioética vai adentrando os espaço ora vagos e nos quais necessariamente deveriam existir certos “conteúdos” de humanidade, humanização, no sentido de valorização intrínseca a própria espécie humana, que não está sozinha nesse planeta, mas vive em relação com outros seres vivos.
            Dentre tantos cientistas e pensadores destacamos: D. Roy, Guy Durant, W. Reich, Onora O’niall e R. Potter. Todos chegaram a definir a “bioética” e forneceram sua compreensão sobre a realidade que os cercavam. É importante destacar neles a verdadeira vontade de exercer uma atividade na qual o bem deve estar acima de tudo e ter como princípio em todos os aspectos da sociedade. O campo de atuação da bioética é dessa forma muito vasto. Atuar em comitês de ética em pesquisa: seres humanos, pesquisas animais, ambiental (nanotecnologia); ligação estrita a fóruns democráticos de debates (Fórum social, IPCC) e vínculos com ONG’s, conselhos de defesa do consumidor, associações de vítimas, comitês bioéticos, são expressões da realidade social que tal conhecimento com status de ciência está inserido.
            Diante de tudo isso, seria mais que oportuno, além de ter um conhecimento amplo da atuação da bioética, refletir sobre a seguinte frase do Professor e padre Manfredo Oliveira: “o ser humano perdeu a capacidade de agir por sim mesmo. A modernidade é firmada por uma trindade: a Ciência, Tecnologia e o Capitalismo. Estamos vivendo uma época de apocalipse ecológico e apocalipse social. Um modelo econômico baseado no lucro é completamente antiético”[1].
            Até que ponto, contudo, podemos ser tão realistas – ou seria melhor dizer ‘pessimistas’ – diante da realidade doentia da ganância e do capitalismo? De qualquer forma, tal visão sobre a realidade que o prof. Manfredo se encontra serve para ilustrar o campo de atuação e a forma de expressão da própria ética, e porque não, da própria bioética. Com isto em mente, chegará o dia em que será natural para todos os detentores de poder, uma forma de “administração responsável da vida ou da pessoa humana” (D Roy), na qual o valor “indestrutível da dignidade de todos os seres vivos”[2] seja de fato respeitada. Por Hugo Galvão.

 Crédito da figura: http://2.bp.blogspot.com/__qLQmqywr8Y/TT739JcxtuI/AAAAAAAAAmY/IKWNa6tHCaU/s1600/o-pensador.jpg

1- OLIVEIRA, Manfredo. Parte de discurso proferido no Seminário Nacional das CEB’s 2012.
2- Máxima que define o modelo “personalista” da bioética.

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