Partiu
da preocupação, e aos poucos a bioética passa a tomar forma, conteúdo,
metodologia e adquirindo um status relevante na sociedade, na ciência, na cultura,
na ecologia, na política, nas artes e até na religião. A bioética vai
adentrando os espaço ora vagos e nos quais necessariamente deveriam existir
certos “conteúdos” de humanidade, humanização, no sentido de valorização
intrínseca a própria espécie humana, que não está sozinha nesse planeta, mas
vive em relação com outros seres vivos.
Dentre
tantos cientistas e pensadores destacamos: D. Roy, Guy Durant, W. Reich, Onora
O’niall e R. Potter. Todos chegaram a definir a “bioética” e forneceram sua
compreensão sobre a realidade que os cercavam. É importante destacar neles a
verdadeira vontade de exercer uma atividade na qual o bem deve estar acima de
tudo e ter como princípio em todos os aspectos da sociedade. O campo de atuação
da bioética é dessa forma muito vasto. Atuar em comitês de ética em pesquisa:
seres humanos, pesquisas animais, ambiental (nanotecnologia); ligação estrita a
fóruns democráticos de debates (Fórum social, IPCC) e vínculos com ONG’s,
conselhos de defesa do consumidor, associações de vítimas, comitês bioéticos,
são expressões da realidade social que tal conhecimento com status de ciência está
inserido.
Diante de tudo isso, seria mais que oportuno, além de ter
um conhecimento amplo da atuação da bioética, refletir sobre a seguinte frase
do Professor e padre Manfredo Oliveira: “o ser humano perdeu a capacidade de
agir por sim mesmo. A modernidade é firmada por uma trindade: a Ciência, Tecnologia
e o Capitalismo. Estamos vivendo uma época de apocalipse ecológico e apocalipse
social. Um modelo econômico baseado no lucro é completamente antiético”[1].
Até que ponto, contudo, podemos ser tão realistas – ou
seria melhor dizer ‘pessimistas’ – diante da realidade doentia da ganância e do
capitalismo? De qualquer forma, tal visão sobre a realidade que o prof.
Manfredo se encontra serve para ilustrar o campo de atuação e a forma de
expressão da própria ética, e porque não, da própria bioética. Com isto em
mente, chegará o dia em que será natural para todos os detentores de poder, uma
forma de “administração
responsável da vida ou da pessoa humana” (D Roy), na qual o valor “indestrutível da
dignidade de todos os seres vivos”[2]
seja de fato respeitada. Por Hugo Galvão.
1- OLIVEIRA, Manfredo. Parte de discurso proferido no
Seminário Nacional das CEB’s 2012.
2- Máxima que define o modelo “personalista” da bioética.
Nenhum comentário:
Postar um comentário