Para Kant, a pessoa deve ser tratada
como fim em si mesma, jamais como meio à serviço de outros fins. Por isso, é
uma dignidade transcendental.
Dignidade é algo próprio da pessoa humana, é intrínseco a ela. É uma
característica ontológica determinada pela história. Não é algo que se adquire
nem se perde. Faz parte da natureza do ser humano.
Esta dignidade outorgada por Deus ao ser humano é fundamentada em
várias passagens bíblicas. No livro do Gênesis 1,26 encontramos: “Façamos o
homem à nossa imagem, como nossa semelhança.” Esses dois termos colocam o ser
humano em relação com Deus, separando-o dos animais. Dotado de inteligência e
vontade, recebe de Deus um poder sobre os outros seres vivos, pois, este ser
humano é pessoa.
A teologia chama-nos a atenção sobre este dom da vida, que é o ser
humano e que este deve dar conta de sua esperança e de sua fé. Ao criar o
homem, Deus vê-se refletido nele e é como se revelasse a si mesmo. Um belíssimo
mistério começa a se desabrochar na imagem do outro! É diante do ser humano,
criado à imagem e semelhança de Deus, que este Deus encontra o seu
interlocutor.
Sobre esta realidade, encontramos confirmações em Cl 1,15; Hb 1, 3,
“Ele é a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda criatura.” Imagem de
Deus na primeira criação. Em Rm 8,29, “Porque os que de antemão ele reconheceu,
esses também predestinou a serem conformes à imagem do seu Filho, a fim de ser
ele primogênito entre muitos irmãos.” Imagem de Cristo pela nova criação,
Portanto, o que introduz o ser humano nessa participação da vida
divina, é o sacramento do Batismo, quando o ser torna-se filho no Filho. A
dignidade humana fundamenta-se, sobretudo, neste rosto onde resplandece a
imagem do Filho, porém, não plenamente.
Como dito acima, a dignidade de todo ser humano é uma esperança, uma
tarefa. “... os sofrimentos do tempo presente na têm proporção com a glória que
deverá revelar-se em nós” (Rm 8,18).
Para o cristão, a dignidade do ser humano é uma vocação e
realização, fundamentada em sua historicidade. Inez – aluna
Texto inspirado
em: JUNGES, José Roque. Bioética, hermenêutica e casuística. São Paulo: Loyola,
2006.
Crédito da figura: http://www.sacredearth.com/Ezine/fall09/onelove.png
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