sábado, 25 de fevereiro de 2012

Engenharia Genética e Bioética


O emprego das conquistas genéticas tem definido de modo dominante a moralidade de muitas intervenções. Poderíamos classificar as finalidades de intervenção no campo genético da seguinte forma: finalidades diagnósticas; finalidades terapêuticas; finalidades produtivas; finalidades alternativas; finalidades experimentais (destrutivas).
            A finalidade de diagnóstico além do genético pré-natal, desenvolvem-se aplicações a respeito do adulto com a finalidade de confirmação de doenças de origem supostamente genética. Na fase pré-matrimonial e pré-concepcional para se avaliar o risco que correm os potenciais portadores são os de procriar filhos doentes. Na área civil para a confirmação da paternidade, na área penal para identificar o réu de delitos. No âmbito da medicina do trabalho em forma de aptidão generalizado para um determinado ambiente de trabalho.
            A finalidade produtiva da engenharia genética já é exercida, sobretudo, no campo farmacológico para a produção de hormônios, como a insulina humana, as vacinas bacterianas, virais e parasitárias.
            Da mesma forma as biotecnologias são usadas no âmbito agrícola e da alimentação em que se pratica de fato o emprego de vacinas, de bactérias, de vírus e também para o melhoramento dos produtos agroalimentares. Enfim, existem diversas finalidades para a aplicação da engenharia genética. No entanto, há também muitas discussões a respeito, por exemplo, saber o que é licito ou ilícito, ético ou não. Haja vista que no campo da bioética alguns procedimentos são lícitos, como a geneterapia, e outros se tornam ilícitos, quando se diz respeito à manipulação genética com finalidades eugênicas. Assim, pode-se perguntar: Com base em que principio se deve estabelecer esse limite entre licito e ilícito?
            Acredita-se que a ética e, no caso particular, a bioética fará uma reflexão satisfatória para a sociedade e para o indivíduo, fornecendo bases necessárias para suas ações. Nesse horizonte, a bioética que deve ter o objetivo da defesa à vida, nasce alguns princípios de orientação ética, que podemos resumir assim: a proteção da vida e da identidade genética de todo indivíduo humano; o princípio terapêutico; a preservação do ecossistema e do ambiente; a diferença ontológica e axiológica entre os seres vivos e o homem; a competência da comunidade.
Todo o trabalho de conhecimento das técnicas utilizadas na engenharia genética, não tem como fim uma fobia aos avanços técnico-cientificos ou uma postura cética no que tange aos benefícios da ciência. O objetivo de uma constante formação e acompanhamento das descobertas científicas tem como finalidade garantir o cuidado à vida humana em todas as suas dimensões.
Cabe à sociedade discutir o enquadramento ético das manipulações biológicas decorrentes da engenharia genética, sem restrição da liberdade científica que leva à submissão tecnológica a grupos ou nações. No entanto discutindo ampla e democraticamente todos os aspectos que lhe são inerentes, devendo os cientistas e as sociedades que os congregam esclarecerem os setores não-científicos da sociedade e em conjunto apreciarem eticamente os objetivos a serem alcançados no benefício do cidadão e da própria sociedade. Por: Marcos Cançado (Aluno).


Echterhoff, Gisele. Os dados Genéticos e o direito à privacidade: a declaração universal sobre o genoma humano e os direitos humanos. Revista Eletrônica do CEJUR, v. 1, n. 1, ago./dez. 2006.

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