domingo, 26 de fevereiro de 2012

O sentido de entregar a vida no cotidiano



A morte foi banalizada no nosso tempo. É objeto de comércio e sobram as imagens da mídia que ilustram e desgastam o sentido da morte. Mas existe uma contradição, a pesar dessa aparente banalização continua toda uma pesquisa científica sobre novos métodos da ganhar dias de vida e de uma imagem juvenil, continua sendo importante. Banaliza-se a morte, mas ao mesmo tempo se procura mantê-la longe, inclusive da própria marca que deixa o passar dos anos.
O cristianismo normalmente ajuda a focalizar nossa atenção em aquilo que é realmente importa: uma vida humana, uma vida desde o amor e a justiça. A vida é um dom que um dia termina, mas poder terminar sendo arrebatado de nós ou pode terminar porque nós a entregamos.
É triste quando a alguém lhe é tirada a vida despois de uma luta constante para guardar a sua vida para si mesmo. Refiro-me a aquelas pessoas que vivem da vaidade, das riquezas e do orgulho. Elas sentem um profundo temor de morrer. E essa necessidade particular vá à consonância com o caminho seguido por muito da pesquisa científica e tecnológica no nosso tempo. Lembremos a indústria dos cosméticos, das cirurgias plásticas ou da comunicação informática, fundamental para as transações da bolsa e da banca comercial. Tristemente a pesar das plásticas e o dinheiro a morte vai chegar.
O cristianismo propõe uma vida com sentido. Um sentido que é acolhida para o rosto desnudo do outro. Um rosto que me afeta e exige de mim uma resposta. Uma resposta que tem a possibilidade de construir a minha humanidade e que me diz quem eu sou. Assim, eu tenho a possibilidade de entregar a minha vida por amor, no cotidiano. É a oportunidade de viver humanamente por que me deixei humanizar e, para quando chegar o momento, de morrer em paz. Este final só será o cume de uma vida que foi entrega.
O cristianismo tem para oferecer ao mundo uma aceitação da morte com sentido. Mas uma aceitação que é ativa capacidade de amar, que efetivamente faz o mundo melhor para todos. É uma riqueza que pode enriquecer em discussões sobre o consumo desenfreado, a avareza, o sem sentido ou a eutanásia. O cristianismo é um sentido que brota do mais profundo do ser humano, é claro que pode ajudar. Por Mario E. Cornejo Mena (aluno).

Crédito da foto: http://www.mccullagh.org/db9/vietnam/planting-rice-in-paddy.jpg


Um comentário:

  1. Caro Mário, obrigado pelo edificante texto. Gostei muito da leitura. De fato, caro colega, a sociedade vive hoje uma verdadeira esquizofrenia. Por um lado, há pessoas que morrem de fome por não terem nada para comer; de outro pessoas que tem de tudo e vive sob a tutela dos intermináveis regimes/dietas em nome da busca por um corpo perfeito... para agradar a ordem do momento, para se chegar àquilo que o marketing prega – a busca do corpo perfeito. E na verdade, como enfatiza o artigo em tela, faz-se necessário viver de verdade, deixar-se humanizar, deixar-se contagiar pelo outro que está do nosso lado... Se essa jornada a qual chamamos vida passará,. porque não buscarmos viver bem e abundantemente, isto é, nos prepararmos para ao prêmio que virá, a vida em Cristo Jesus. Ainda há tempo, e se pode viver bem e com qualidade!

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