domingo, 26 de fevereiro de 2012

A prática do aborto na realidade brasileira



A disciplina de bioética que tivemos na FAJE: Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, ofereceu aos alunos de teologia uma formação e orientação muito bonita, sobretudo, no que se refere ao valor da vida. Durante todo o curso foi possível abordar várias questões: eutanásia, células-tronco, biotecnologias, biomedicina, embrionários, anencefalia, cuidados paliativos, humanização hospitalar, saúde da família, meio ambiente, aborto, proteção aos direitos humanos, período de gravidez e direto da mulher na sociedade, atenção às pessoas que sofrem com doenças, especialmente, os deficientes e os pacientes que estão em fase terminal e cuidado com os idosos.
Todas estas temáticas impulsionaram estudiosos do mundo inteiro, a terem uma atenção maior para com a bioética que surgiu como um canal de esperança dentro da sociedade moderna, combinando valores humanos e conhecimentos biológicos. Esta esperança estimulou estudiosos do mundo inteiro, a se unirem para manter um diálogo sincero, franco, transparente e aberto com a ciência, sobretudo, no que se refere a uma das questões mais difíceis de falar na área da saúde que é o aborto. Frente aos debates realizados dentro de sala de aula, é importante conscientizar-nos de que o tema aborto também faz parte da saúde pública.
Sabemos que o aborto é a privação do nascimento de alguém. Isso significa que a vida de um feto (embrião) foi interrompida. Esse interrompimento pode ser provocado ou não. Nesse sentido, dentre todos os crimes que o ser humano pode cometer contra a vida humana, o maior deles é o aborto, sobretudo, quando é provocado propositalmente. Sabemos que na realidade brasileira a prática do aborto é severamente proibida por lei, exceto quando há a ocorrência de estupro ou quando gera risco de vida no período da gestação. Em todos os demais casos é proibida a realização desse ato.
O triste de tudo isso, é que pesquisas mostram outra realidade em nosso país. Pois, diariamente descobrimos através de jornais televisivos ou impressos, revistas ou artigos na internet que muitos hospitais realizam clandestinamente essa prática, e pior é que não estão preparados. Os números mostram que mundialmente, mais de 150 mil mulheres morrem a cada ano por realizarem abortos desta maneira. No Brasil, os números são alarmantes, porém, não existem dados estatísticos exatos devido à clandestinidade em que eles acontecem. Estudos realizados pela “Organização Mundial da Saúde”, revelou que em nosso país, anualmente, são realizados mais de 45 milhões de abortos. Desses, 25% correspondem aqueles que são realizados por mulheres de classe social alta, fazendo este procedimento em clínicas particulares.
Contudo, a prática do aborto realizada sem necessidade deve mexer com a consciência das pessoas. Hoje a percepção da sua gravidade vai obscurecendo progressivamente as nossas mentes. Diante dessa situação de gravidade a qual chegou à realização dos abortos clandestinos em nosso país, cabe a cada um de nós abrir os nossos olhos e denunciar essa prática criminosa que tira do outro o direito de viver. Pense nisso[1].
Por Roni Hernandes 


Créditos da foto: http://federacaoespiritape.org/wp-content/uploads/2009/07/bebe.jpg

[1] BENTO, Luis, Antonio. Bioética: desafio no debate contemporâneo. São Paulo: Paulinas, 2008. 

Um comentário:

  1. Roni, o título do seu texto “a pratica do aborto na realidade brasileira” já exige uma investigação cautelosa. Os cálculos e as porcentagens que são citados no texto oferecem informações preciosas. Pois nem sempre tomamos consciência destes tipos de informações. A afirmação "a bioética que surgiu como um canal de esperança dentro da sociedade moderna" alerta para o valor da vida humana, o protelam é que não só os "cientistas" devem tê-la, mas todos os homens e todas as mulheres. Também me confunde sua afirmação "dentre todos os crimes que o ser humano pode cometer contra a vida humana, o maior deles é o aborto, sobretudo, quando é provocado propositalmente". Acredito que a vida, em todos os estágios, ao ser tirada “propositalmente”, é crime grave. E mais, só é considerado” aborto grave” aquele que é causado propositalmente. Contudo, é positivo termos o zelo de chamarmos à atenção para o cuidado com a vida.

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