domingo, 26 de fevereiro de 2012

A realidade do suicídio no Brasil




Diante de tantos temas tratados na disciplina de bioética é importante falarmos um pouco sobre o suicida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nos últimos anos, os números de pessoas que cometem suicídio cresceram 60% no Brasil. Estas estatísticas mostram que estas pessoas apresentam algum tipo de transtorno mental, de modo particular, aquelas que sofrem com problemas de depressão. Geralmente, as pessoas depressivas têm mais probabilidade para cometer o suicídio. Também é importante ressaltar que o número de suicídio é grande naqueles que sofrem com dependência química, dentre eles, os mais afetados são os adolescentes e jovens que se encontram em situação de risco.
Segundo o Ministério da Saúde, a questão do suicídio é um problema gravíssimo da Saúde Pública que atinge diretamente a todos nós. As causas de morte para o suicídio são muito complexas e, além disso, são pouco conhecidas em nossa realidade. Por esta razão, não pode deduzir as causas apenas ao contexto psicológico ou sociológico. O suicídio é cometido por várias razões, dentre elas, podemos destacar a falta de educação, saúde, cultura, trabalho e lazer. Negar ao ser humano no seu processo formativo cuidados, carinho, atenção, respeito e reconhecimento de si próprio é negar-lhe a vida. Se isso lhe é negado, automaticamente o ser humano se sente um alienado dentro do seu próprio território.  
A pessoa quando chega a cometer um suicídio é porque ela perdeu o sentido e o desencanto pela vida. Sem contar que há um rompimento amoroso consigo mesmo e com a família, há uma perda de afeto, desencarnação de um ente querido, endividamento, ausência de recursos básicos, vazio existencial, perda de status e popularidade, doenças e perda de auto-estima. Estando nessas condições, o ser humano procura morrer, escolher qualquer coisa que lhe seja mais agradável do que a vida, de modo que, continuar vivendo será um sofrimento, uma tortura psicológica e física. Já não há mais razão para continuar apostando na vida como um dom, como um presente maravilhoso de Deus.
Diante dessa situação de calamidade, onde não há uma política pública que incentive e oriente essas pessoas em seu dia a dia, qual deve ser a nossa tarefa enquanto cidadãos que zela pelo cuidado e pelo bem das pessoas? Frente a uma sociedade individualista, onde cada um se preocupa apenas com o seu próprio umbigo, será possível acolher essas pessoas e ajudá-las, ou será que simplesmente vamos fechar os olhos e fingir não temos nada a ver com isso? Diante do valor inestimável que é a vida, cabe a cada um de nós lutar por estas pessoas que sofrem com a depressão, alcoolismo, envolvimento das drogas e tantos outros problemas que levam milhares de pessoas a cometerem suicídio.  
Finalmente, a voz da Igreja se faz presente nestas realidades de dores, sofrimentos, frustrações e de perdas de sentido da vida através da acolhida fraternidade, da misericórdia e do sentir com o outro. É desta maneira que vamos levar carinho, paz, amor, alegria, fraternidade, amizade, confiança e esperança a todos aqueles que precisam encontrar o sentido da vida. Seja através da catequese, de palestras, simpósio, fórum educacional, a Igreja deve fazer emergir nestas questões o valor da vida humana. Ao tomar esta atitude, a ela estará incentivando e criando uma conscientização da responsabilidade da saúde pública de verificar, analisar e ajudar todas as pessoas que possam por estas situações. Por Roni Hernandes


Crédito pela foto: http://christianfaithatwork.com/wp-content/uploads/2011/08/walk_away1.jpg

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