Diante
de tantos temas tratados na disciplina de bioética é importante falarmos um
pouco sobre o suicida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nos
últimos anos, os números de pessoas que cometem suicídio cresceram 60% no
Brasil. Estas estatísticas mostram que estas pessoas apresentam algum tipo de
transtorno mental, de modo particular, aquelas que sofrem com problemas de
depressão. Geralmente, as pessoas depressivas têm mais probabilidade para
cometer o suicídio. Também é importante ressaltar que o número de suicídio é
grande naqueles que sofrem com dependência química, dentre eles, os mais
afetados são os adolescentes e jovens que se encontram em situação de risco.
Segundo
o Ministério da Saúde, a questão do suicídio é um problema gravíssimo da Saúde
Pública que atinge diretamente a todos nós. As causas de morte para o suicídio
são muito complexas e, além disso, são pouco conhecidas em nossa realidade. Por
esta razão, não pode deduzir as causas apenas ao contexto psicológico ou
sociológico. O suicídio é cometido por várias razões, dentre elas, podemos
destacar a falta de educação, saúde, cultura, trabalho e lazer. Negar ao ser
humano no seu processo formativo cuidados, carinho, atenção, respeito e
reconhecimento de si próprio é negar-lhe a vida. Se isso lhe é negado,
automaticamente o ser humano se sente um alienado dentro do seu próprio território.
A
pessoa quando chega a cometer um suicídio é porque ela perdeu o sentido e o desencanto
pela vida. Sem contar que há um rompimento amoroso consigo mesmo e com a
família, há uma perda de afeto, desencarnação de um ente querido,
endividamento, ausência de recursos básicos, vazio existencial, perda de status
e popularidade, doenças e perda de auto-estima. Estando nessas condições, o ser
humano procura morrer, escolher qualquer coisa que lhe seja mais agradável do
que a vida, de modo que, continuar vivendo será um sofrimento, uma tortura
psicológica e física. Já não há mais razão para continuar apostando na vida
como um dom, como um presente maravilhoso de Deus.
Diante
dessa situação de calamidade, onde não há uma política pública que incentive e
oriente essas pessoas em seu dia a dia, qual deve ser a nossa tarefa enquanto
cidadãos que zela pelo cuidado e pelo bem das pessoas? Frente a uma sociedade
individualista, onde cada um se preocupa apenas com o seu próprio umbigo, será possível
acolher essas pessoas e ajudá-las, ou será que simplesmente vamos fechar os olhos
e fingir não temos nada a ver com isso? Diante do valor inestimável que é a
vida, cabe a cada um de nós lutar por estas pessoas que sofrem com a depressão,
alcoolismo, envolvimento das drogas e tantos outros problemas que levam
milhares de pessoas a cometerem suicídio.
Finalmente,
a voz da Igreja se faz presente nestas realidades de dores, sofrimentos,
frustrações e de perdas de sentido da vida através da acolhida fraternidade, da
misericórdia e do sentir com o outro. É desta maneira que vamos levar carinho,
paz, amor, alegria, fraternidade, amizade, confiança e esperança a todos
aqueles que precisam encontrar o sentido da vida. Seja através da catequese, de
palestras, simpósio, fórum educacional, a Igreja deve fazer emergir nestas
questões o valor da vida humana. Ao tomar esta atitude, a ela estará
incentivando e criando uma conscientização da responsabilidade da saúde pública
de verificar, analisar e ajudar todas as pessoas que possam por estas
situações. Por Roni Hernandes
Crédito pela foto: http://christianfaithatwork.com/wp-content/uploads/2011/08/walk_away1.jpg
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