quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O AMOR MANIFESTO


O amor é como a luz, ilumina a vida.
Quem ama irradia luz, serenidade, faz vibrar o coração.
O amor é qual luz, dissipando as nuvens escuras do medo.
Medo. Tantos medos:
Deserto da violência, travessia da fome, tempestade do abandono.
O amor lança fora todo medo.
Lança fora, sobretudo, a indiferença em relação ao outro.
O outro indígena. O outro pobre. O outro migrante.
O outro agricultor sem-terra, sem-teto, desfigurado.
Lança fora o medo que impede a palavra necessária.
Palavra de denúncia e repúdio às situações desumanas.
Situações desumanas vividas por homens e mulheres de nosso tempo.
Rostos cansados, expressando a pesada luta pela sobrevivência.
Rostos desenganados, enrugados.
Olhar sem brilho, olheiras nítidas.
Tantas noites mal dormidas.
O amor não admite uma realidade em que uns poucos reinam no luxo.
O amor não admite multidões feito lixo.
O amor se manifesta aos “outros”.
Os outros que sempre suportaram a existência do lado de fora.
Os outros condenados mesmo antes de nascer: classe, cor, dor da indiferença.
O amor sonha com o dia em que todos os olhos irradiarão o brilho da paixão.
Paixão de olhos apaixonados.
Amores correspondidos no verdadeiro amor.

Antonio Iraildo Alves de Brito 

Inspirado em: MARTINS, Alexandre Andrade. Bioética, saúde e vulnerabilidade: em defesa da dignidade dos vulneráveis. São Paulo: Paulus, 2012.

Créditos da figura: http://us.123rf.com/400wm/400/400/aquaswim/aquaswim1109/aquaswim110900324/10563061-united-loving-people-design.jpg

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