quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A ditadura da imagem




Imagem vem do latim imago, de imitari, ou seja, imitar. O filósofo Sartre diz que a imagem é “uma certa maneira de a consciência se dar a um objeto”. Essa representação povoa a nossa humanidade abrindo caminhos, criando e recriando formas que fazem da imagem uma poderosa ferramenta comunicativa. 

Com o advento da internet a imagem ganhou peso. Carregada de imagens, formas e cores a internet comunica a informação. A captação palavra descrita pela imagem é mais rápida e até mesmo, mais direta. A imagem invade o nosso olhar e preenche a nossa humanidade, significando o objeto (imagem) ao nosso desejo. 

Diante de toda beleza que a imagem comunica, não podemos deixar de ver o lado nefasto que a imagem tomou em nossa sociedade. A sociedade do utilitarismo, do egoísmo, do subjetivismo etc; e, principalmente, guiada pelo capitalismo que formou um endeusamento da imagem. A imagem nesta sociedade diz mais que a essência de algo. É a sociedade que vive dos estereótipos; vive do que vê por fora e não quer conhecer a essência. Esta sociedade cria moldes, dita imagens que padronizam o bem, o belo, o perfeito. Temos uma ditadura da imagem. Como nos apresentamos ao outro (a imagem da exterioridade do nosso corpo) é a chave de entrada para a relação social. O terno e a gravata falam que a pessoa é boa; a camisa de marca diz qual o meu grupo social... enfim, a imagem é o laboratório gerador do humano. Portanto, a imagem encobre o valor da vida e limita a possibilidade de conhecer. Mata-se muitos sem ao menos conhecer, pelo simples preconceito gerado pela imagem. 

Hoje se não entramos no padrão, na forma da imagem que a sociedade postula como correta, automaticamente, estamos excluídos. A imagem construída hoje e valorada não carrega a essência do que ela busca imitar ou até camuflar. Por exemplo: ter o corpo perfeito, a roupa de marca, o carro do ano... diz quem eu sou. Sou cidadão perfeito, correto em meu agir. A imagem padronizou a verdade e modelou-a ao seu querer. Vivemos uma ditadura da imagem, que mata a vida e cria um arquétipo de ser, moldado por valores degradantes. Portanto, a ditadura hoje é uma espécie de método de morte para aquele que não quer ser imagem. Por André Lemos (aluno).

Nenhum comentário:

Postar um comentário