Saúde e tradição cristã estão intimamente unidas. Nos evangelhos, Jesus prima por curar física, psíquica e espiritualmente. Ao longo da história, a Igreja Católica se destacou como pioneira no cuidado com os doentes e na atenção dispensada a estes: hospitais, sanatórios e casas de misericórdia.
No Brasil, desde 1964, a Igreja, no tempo litúrgico da Quaresma, propõe aos seus fieis algum tema de relevância religioso-social para ser debatido e rezado durante o período da Quaresma, mas também durante todo o ano civil. Neste ano, 2012, a Campanha da Fraternidade, como é conhecida, aborda a temática da saúde, com o lema: “que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8).
É dito assim, de forma suplicante, com embasamento bíblico, pois a Igreja bem sabe o quanto ainda falta aos homens e mulheres desta nação condições e assistência a uma saúde digna. Nossos postos de atendimento são precários e os investimentos governamentais nem sequer passam perto de resolver o problema da falta de saúde básica para os “filhos desta mãe gentil”.
O orçamento do ano passado, 2011, para a saúde foi de R$ 68,8 bilhões. Entretanto, apenas R$ 12 bilhões foram investidos realmente na saúde. Isso é demasiadamente pouco, se pensarmos que o Brasil conta com 192 milhões de habitantes e 5.565 municípios. Sem falar que, para este ano, 2012, o governo já anunciou um corte de R$ 5,5 bilhões no orçamento da pasta. Diante dos abusos e escândalos políticos, o grande “sacrificado” é o povo pobre.
Com todo este problema social de distribuição digna, nossa população está envelhecendo. A expectativa de vida do brasileiro aumentou. Em 2008, a esperança de vida dos brasileiros ao nascer era de 72 anos. Atualmente, o número de idosos já chega a 21 milhões de brasileiros. Segundo estimativas, em 2050, haverá 100 bilhões de indivíduos com mais de 50 anos causando reflexos diretos no campo da saúde. Problemas como hipertensão, artrite, além do consumismo e falta de controle nutricional e sedentarismo irão agravar ainda mais a condição de saúde do povo brasileiro.
O SUS (sistema único de saúde), atualmente, não se encontra preparado para toda esta demanda. Garantir para a população direitos e recursos previstos na Constituição sobre a seguridade social é dos principais desafios na atualidade. Pois, enquanto nos países ricos 70% dos gastos com a saúde são cobertos pelo governo e apenas 30% pelas famílias, no Brasil a realidade é bem outra. No Brasil, cerca de 150 milhões de brasileiros dependem do SUS para ter acesso ao serviço de saúde, pois não tem o privilégio de pagar um plano privado de saúde, como cerca de 40 milhões da população atual.
“Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10, 10). Esta afirmativa de Jesus torna-se, para a Igreja, o seu maior desafio: promover no mundo aquilo a que é chamada: anunciar vida digna para todos, denunciando toda forma de morte ou indiferença a essa mesma vida, dom inestimável de Deus ao homem, sua imagem e semelhança. Por Claudemar Silva (Aluno)
No Brasil, desde 1964, a Igreja, no tempo litúrgico da Quaresma, propõe aos seus fieis algum tema de relevância religioso-social para ser debatido e rezado durante o período da Quaresma, mas também durante todo o ano civil. Neste ano, 2012, a Campanha da Fraternidade, como é conhecida, aborda a temática da saúde, com o lema: “que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8).
É dito assim, de forma suplicante, com embasamento bíblico, pois a Igreja bem sabe o quanto ainda falta aos homens e mulheres desta nação condições e assistência a uma saúde digna. Nossos postos de atendimento são precários e os investimentos governamentais nem sequer passam perto de resolver o problema da falta de saúde básica para os “filhos desta mãe gentil”.
O orçamento do ano passado, 2011, para a saúde foi de R$ 68,8 bilhões. Entretanto, apenas R$ 12 bilhões foram investidos realmente na saúde. Isso é demasiadamente pouco, se pensarmos que o Brasil conta com 192 milhões de habitantes e 5.565 municípios. Sem falar que, para este ano, 2012, o governo já anunciou um corte de R$ 5,5 bilhões no orçamento da pasta. Diante dos abusos e escândalos políticos, o grande “sacrificado” é o povo pobre.
Com todo este problema social de distribuição digna, nossa população está envelhecendo. A expectativa de vida do brasileiro aumentou. Em 2008, a esperança de vida dos brasileiros ao nascer era de 72 anos. Atualmente, o número de idosos já chega a 21 milhões de brasileiros. Segundo estimativas, em 2050, haverá 100 bilhões de indivíduos com mais de 50 anos causando reflexos diretos no campo da saúde. Problemas como hipertensão, artrite, além do consumismo e falta de controle nutricional e sedentarismo irão agravar ainda mais a condição de saúde do povo brasileiro.
O SUS (sistema único de saúde), atualmente, não se encontra preparado para toda esta demanda. Garantir para a população direitos e recursos previstos na Constituição sobre a seguridade social é dos principais desafios na atualidade. Pois, enquanto nos países ricos 70% dos gastos com a saúde são cobertos pelo governo e apenas 30% pelas famílias, no Brasil a realidade é bem outra. No Brasil, cerca de 150 milhões de brasileiros dependem do SUS para ter acesso ao serviço de saúde, pois não tem o privilégio de pagar um plano privado de saúde, como cerca de 40 milhões da população atual.
“Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10, 10). Esta afirmativa de Jesus torna-se, para a Igreja, o seu maior desafio: promover no mundo aquilo a que é chamada: anunciar vida digna para todos, denunciando toda forma de morte ou indiferença a essa mesma vida, dom inestimável de Deus ao homem, sua imagem e semelhança. Por Claudemar Silva (Aluno)
De fato, caro colega, muitos são os motivos para o nosso lamento. Outros existem para dar-nos esperanças. Ou seja, devemos nos conter com a proposta da CF 2012 - apelo em favor da saúde pública, do povo.
ResponderExcluirHoje, tive o zelo de ater-me a um vídeo postado no youtube, de um Sr., indignado com a escolha feita pela CNBB, em tematizar a Saúde Pública, na CF deste ano. Entedi sua aversão. Segundo ele, a CNBB, ao escolher esta temática, estaria fazendo apologia ao estadismo. Dizia ele que "Sob a desculpa de promover a Saúde a CNBB faz uma vigorosa e nefasta apologia ao Estado".
Todavia, isto pouco nos importa embora nos interrogue.
Porém, o fundamental no momento, diante de tudo o que constatamos e sentimos na pela, é o clamor da Igreja em favor do povo que sofre.
A Igreja jamais esquece nos necessitados, ele busca justiça em seu favor. Acreditemos nesta camapanha, parece tímida, mas pode conscientizar muitos. Unamo-nos e digamos: "Que a saúde se difunda sobre a terra". Porque todos precisam da saúde do corpo e da alma para viver bem.