quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A banalização da morte



Vida é dom! É presente precioso! É graça! Cada ser vive a experiência de ser único e criar e recriar-se na vida do outro. A vida de cada um é a possibilidade da vida acontecer para todos. A vida tem sentido de realização e de plenitude quando aprendemos a relacionar a gratuidade do dom com a valoração da vida do outro. Valorizando a vida do outro, valorizo a minha vida. Quando unimos toda a criação numa busca que gera vida, fomentamos uma relação de santidade que é evocada em Deus, presente em toda vida da criatura.
Em nossa sociedade a vida perdeu muito do seu valor, ocasionando uma banalização da própria morte. Morrer hoje não é mais visto com tanta intensidade com antigamente.  Hoje não velamos mais a morte; não temos tempo e nem paciência para tal. Acatamos a morte como um simples corte e pronto. Apagamos rapidamente a vida do outro da nossa. A morte não nos causa mais tanto sofrimento. “Morreu? Fazer o que né, faz parte”! – por colocações assim vemos que a morte é uma etapa da existência, ou melhor, a finitude da vida; nada mais que isso. A morte é banalizada porque estamos numa sociedade que luta contra a dor constantemente; que busca evitar qualquer tipo de sofrimento, para tal mascara até a própria realidade. Para evitar o sofrimento damos um jeito de amenizar a ideia da morte.
A luta pela vida e pela sua valorização é uma maneira de não suplantar as banalizações de nosso tempo. A vida merece ser pensada e deve-se gerar todo tipo de situação que a faça sobrevir. A morte é o contrário da vida, mas a morte só pode ser pensada porque existe a vida; sendo assim, não pode ser banalizada, pois a vida não é banal. Por André Lemos (aluno).




Crédito da figura: http://peoplesrepulicofart.typepad.com/photos/uncategorized/2008/01/10/caravaggio_detail.jpg



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