Declarar-se contrário ao aborto constitui, em nossa época, uma tipo de opróbrio social: a pessoa que é anti-aborto fica marcada como ultraconservador, como integrista religioso, como pouco atualizado. Nunca entendi como alguém que se proclama “progressista” possa defender o aborto. É suposto que quem postula o progresso do homem deveriam por isso mesmo declarar-se obstinados defensores da vida. A proteção da vida constitui algo mais do que um direito essencial e inviolável do ser humano já que sem reconhecimento da vida o direito mesmo ficaria sem sentido.
A vida gera direito. Uma sociedade que não respeita a vida é uma sociedade sem direito. A proteção da vida acorda nossa consciência social, alimenta os desejos de paz e concórdia, que a vida nos reclama, a vida nos interpela e nos exige sua constante e intransigente vindicação, frente a quem busca converter-la em um bem submetido a outros interesses.
A missão de um verdadeiro defensor do progresso humano consiste em defender a vida frente à morte e em lutar para que a vida dos indefesos melhore, até alcançar as cotas de dignidade que sua condição humana exige. Não poder existir ordem social justa ali onde a vida não é protegida obstinadamente; não pode sequer existir ordem humana porque só somos humanos quando combatemos a morte, quando fazemos da vida nosso zelo, nossa vocação primeira e incondicional e assim saberemos que estamos vivos irradiando vida em um mundo angustiado pela morte. Por Rafael Leria (aluno).
Crédito da foto: http://www.portalaz.com.br/imagens/geral/20110210150514_a4903.jpg
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