quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

NADAR CONTRACORRENTE É ESTAR VIVO



Chesterton nos ensina que só quem nada contra-corrente sabe que está vivo; talvez deixar-se levar pela corrente seja mais plácido e descansado, mas corre-se o risco de converter-se em substância inerte mesmo sem perceber. As grandes batalhas de pensamento, os avanços do horizonte humano, sempre se deslancharam à contra-corrente, e por isso mesmo causaram varias baixas e defecções entre seus defensores. Existem causas que valem a pena entregar-se contrariando o espírito dos tempos, sabendo que em nossa ânsia colheremos indiferença e desprezo, pois se renunciássemos faze-lo, simplesmente deixaríamos de ser humanos. A grande batalha de nosso tempo, o front onde se dirime a supervivência de nossa humanidade chama-se aborto, e é aí onde devemos expor todas as nossas forças.

Declarar-se contrário ao aborto constitui, em nossa época, uma tipo de opróbrio social: a pessoa que é anti-aborto fica marcada como ultraconservador, como integrista religioso, como pouco atualizado. Nunca entendi como alguém que se proclama “progressista” possa defender o aborto. É suposto que quem postula o progresso do homem deveriam por isso mesmo declarar-se obstinados defensores da vida. A proteção da vida constitui algo mais do que um direito essencial e inviolável do ser humano já que sem reconhecimento da vida o direito mesmo ficaria sem sentido.

A vida gera direito. Uma sociedade que não respeita a vida é uma sociedade sem direito. A proteção da vida acorda nossa consciência social, alimenta os desejos de paz e concórdia, que a vida nos reclama, a vida nos interpela e nos exige sua constante e intransigente vindicação, frente a quem busca converter-la em um bem submetido a outros interesses.

A missão de um verdadeiro defensor do progresso humano consiste em defender a vida frente à morte e em lutar para que a vida dos indefesos melhore, até alcançar as cotas de dignidade que sua condição humana exige. Não poder existir ordem social justa ali onde a vida não é protegida obstinadamente; não pode sequer existir ordem humana porque só somos humanos quando combatemos a morte, quando fazemos da vida nosso zelo, nossa vocação primeira e incondicional e assim saberemos que estamos vivos irradiando vida em um mundo angustiado pela morte. Por Rafael Leria (aluno).


Crédito da foto: http://www.portalaz.com.br/imagens/geral/20110210150514_a4903.jpg

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