Sabe-se que definir bioética não é tarefa simples. É quase impossível
determinar um único acontecimento fundador desta disciplina. Como todo fenômeno
social ou corrente de ideias, seu aparecimento e desenvolvimento estão ligados
a inúmeros elementos e fatores. Há autores que simplificam tal complexidade
demarcando a bioética como um fenômeno cultural que surgiu de uma dupla
revolução: social e biotecnológica. Para tanto houve vários fatores
desencadeadores, porém é consensual que não há meio de conhecer o nascimento e
a história da bioética sem se colocar em um horizonte cultural amplo.[1]
A palavra bioética aparece em
1970, utilizada pela primeira vez por Van Rensselaer Potter como “ciência da
sobrevivência” que se baseia na aliança do saber biológico (bio) com os valores
humanos (ética). Trata-se de uma empresa interdisciplinar que ultrapassa a
perspectiva interindividual para levar o debate ao plano da responsabilidade
social. Daí a exigência de uma abordagem sistêmica. Portanto, diz-se que
bioética é “o estudo sistêmico da conduta humana na área das ciências e da vida
e do cuidado da saúde na media que essa conduta é examinada à luz dos valores e
dos princípios morais.”[2] Sendo
seu estatuto epistemológico interdisciplinar, a bioética depende de outras
áreas como a biologia, a medicina, a antropologia, a sociologia. Além disso,
para sua configuração são imprescindíveis o direito e a política.
Desse modo, a bioética pode ser concebida como o empreendimento que considera
o valor da vida humana e a capacidade do homem para o cuidado do planeta e suas
relações sociais. Desde as interferências bem localizadas, como por exemplo, nas
partes do corpo humano, nos órgãos, nas células, organelas, no DNA à amplitude
da engenharia genética, à escala da energia nuclear, às inventividades da nanotecnologia
e tudo o mais que a criatividade humana faz surgir e tem consequências na vida
mais ínfima e no planeta como um todo. Por Antonio Iraildo Alves de Brito (aluno)
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