quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DIREITO DE NASCER



Tenho medo de nascer!
Medo... de nascer!
E não saber viver.
Tenho medo. Muito medo.
De nascer!
  
Escuto dizer
viver pra que?
Pra sofrer?
Pra temer?
é difícil viver!
Como poderei, eu, nascer  pra sofrer?

Tenho medo de nascer!
  
Vive-se para ter e ser
Vive-se querendo ter, mas não se sabe o que.
Vive-se sem sabe o ser
Vive-se sem saber o que fazer

Tenho medo de nascer!

Vive-se mais a dor que o amor
Vive-se mais a violência que paz
Vive-se mais a injustiça que a justiça
Vive-se mais o individualismo que a coletivo

Tenho medo de nascer!

Vive-se uma tecnologia que ainda não sei pra que
Vive-se um consumismo apenas para ter
Vive-se um egocentrismo pra valer
Vive-se sem saber o por quê?


Tenho medo! Medo de nascer!

 Com temor e  dor
superarei o medo de nascer
terei  bravura de nascer.
E nascerei!
  
Talvez viverei tudo como você
Talvez nem saberei como viver,
Mas não deixarei
Que me tire
O direito de nascer!


Eu Tinha medo...
 de nascer!

Por Valdeci Gama

Um comentário:

  1. A ESPÉCIA que nasce,
    se origina e prolifera
    fornece relenvância para a existência
    e da sentido a própria vida.

    Vida sentida em seu mais profundo ser,
    incluso substanciamente o medo de viver,
    mais por que?

    Valdecir consegue responder a essa pergunta no seu poema, mas deixa em aberto o real sentido do medo, pois é esse o papel do poema: mais que fechar-se em uma conclusão, deixa aberta as várias interpretações possíveis.
    O contraste da vida com o encontro dela com a vida que deve ser vivida, ou seja, da vida em seu sentido ontológico em detrimento do existencial, tem sua razão de ser porque o paradma é GRANDE: como querer viver (no qual o sentido da vida brota do amor, e ela mesmo, nasce de uma relação de amor) se ao "viver" a violência é superior a ela em si(superior a própria vida)?
    Mas que maravilhoso então se, mesmo como "medo
    de viver" a vida nasce e promove o amor mais uma vez para que ele não se perca no mundo do "sofrer".
    é isso ai val!

    Hugo Galvão

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