Quando pensamos na prática de uma teologia devemos fazê-la na
contemporaneidade, ou seja, voltar o olhar para os problemas, os desafios e também
as aberturas. Afinal é na prática no
contexto em que estamos inseridos que podemos refletir teologicamente.
Hoje vivemos uma super valoração do corpo. O corpo é o lugar de minha
subjetivação. Contudo, o perigo está no exagero dessa subjetivação. Para nós
cristãos, Deus revela-se à humanidade no corpo de seu filho Jesus. É o Divino
que assume nossa corporeidade e humanidade. O corpo traz as marcas da história
do sujeito, mas não pode ser “aparente” como é hoje, tem de ser encarnado. A
sociedade do eudaimonismo escolheu a beleza como indicação aristotélica do Bem,
de verdade, e negou a humanidade que existe nesse corpo. O belo hoje é o bem. O
corpo perfeito é sinal de perfeição, de aceitação. A atual sociedade vê na
aparência do corpo um subterfúgio para ver suas próprias exclusões. O feio hoje
não tem mais lugar, Mas, o feio não tem corpo? O Feio não pode ser Bom?
Não escolhemos como será nosso rosto, nosso corpo... Contudo, na atual
sociedade podemos “melhorá-lo”, pois o belo é considerado verdadeiro, mesmo
sendo aparente. Muitas vezes por causa do belo as academias estão cheias e a
solidariedade a espera por uma visita no hospital, no asilo... Não que o belo
deva ser desprezado, mas ele não pode ser vazio, isso é contra a própria
ontologia. A sociedade do corpo tem de conhecer a sociedade do amor. Não é o que tenho ou aparento ser que diz quem eu
sou, mas é o que sou que demonstra o
quanto valorizo Deus em minha vida e na dos outros. Por Marcos Cançado (aluno)
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