Da janela
vejo a lagoa
Transporto-me às margens
Os pássaros
cantam mensagens
E o silêncio
sepulcral
Das mansões
do capital
Camufla o odor
sem nome
E fecha
os olhos pra
fome
Do homem
que está na beira
Esvoaça alvamente
Varejando algo
podre
E as rimas
me chegam mansas
Seguindo seu
próprio rumo
O homem
fez uma parede
Calculou, mediu seu
prumo
Modificou o ambiente
O prefeito
desejava
O norte da cidade desenvolver
Queria um
cartão postal
E o seu
nome engrandecer
Contratou um
arquiteto
No entorno do novo
lago
No conjunto
arquitetônico
Uma casa
de baile teria
Pode ser que além de tudo
Houvesse fome
de beleza
E deixou tudo
uma fineza
Perde até
o que não
tem
Se houve algum
ali
“Vai embora
zé-Ninguém !
Ficou tudo
tão bonito
Aquela região
pacata
E morar naquele bairro
Da população
os dejetos ?
Se um
dia o lago
foi limpo
A grana
das construtoras
E novos
povoamentos
Tire suas
conclusões
Sou a favor do progresso
E não
alimento ilusões
O fim
promete tensões ...
Por Antonio Iraildo Alves de Brito
Nenhum comentário:
Postar um comentário