Num artigo publicado no jornal The New York Times há um ano, Jon Mooallem descreve uma verdadeira
revolução na bio-genética. Durante
décadas desde o descobrimento do DNA na base de todo ser vivo, os cientistas vêm procurando desenhar versões « 2.0 » de espécies que já
existiam. Por exemplo, eles têm mudado a
programação genética de tomates e outros produtos agrícolas para conseguir um
produto mais resistente aos riscos da produção, de melhor qualidade (segundo os
critérios do consumidor, por exemplo, tomates mais vermelhos) e em maior
quantidade. Mas agora os biólogos, e
especialmente os engenheiros, estão mexendo na bio-genética com outro olhar.
O novo olhar vê a vida – isto é - o conjunto de todos os
seres vivos, incluindo os seres humanos – como produto da engenharia mais
eficiente que já existiu. Essas
« máquinas » biológicas tem conseguido conquistar a terra e elas
mesmas se reproduzem. E em vez de
procurar só « melhorar » essas máquinas, agora existem projetos de
criar novas máquinas biológicas, que nunca existiram antes, usando trechos de
DNA que estão na « programação » das espécies que conhecemos como simples
« peças » que podem ser articuladas e combinadas em outras
« máquinas », desenhadas diretamente pelo ser humano.
Essa novidade não é coisa de ficção científica. A nova engenharia biológica está sendo
desenvolvida nas universidades – grandes e pequenas – de muitos países, e tem
patrocinadores empresariais poderosos. Até
agora, o objetivo da maioria dos pesquisadores tem sido ou criar produtos
comercializáveis ou então produtos que poderiam resolver problemas
humanitários. Nas sombras, também
existem fins destrutivos, sejam desenvolvidos por agentes de violência estatais
(i.e., militares) ou por agentes de violência extra-estatais (i.e.,
terroristas).
Existe muita pouca reflexão ética, e quase nada de regulação
legislativa, sobre esse novo campo que está crescendo rapidamente e que pode
mudar radicalmente o jeito que entendemos a vida. Será que a teologia cristã tem uma palavra para
aportar nessa fronteira, ou vamos continuar só brigando entre nós pelos mesmos problemas
de sempre ? Por Emilio (aluno)
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