terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Novas fronteiras bio-científicas, ética, teologia


Num artigo publicado no jornal The New York Times há um ano, Jon Mooallem descreve uma verdadeira revolução na bio-genética.  Durante décadas desde o descobrimento do DNA na base de todo ser vivo, os cientistas vêm procurando desenhar versões « 2.0 » de espécies que já existiam.  Por exemplo, eles têm mudado a programação genética de tomates e outros produtos agrícolas para conseguir um produto mais resistente aos riscos da produção, de melhor qualidade (segundo os critérios do consumidor, por exemplo, tomates mais vermelhos) e em maior quantidade.  Mas agora os biólogos, e especialmente os engenheiros, estão mexendo na bio-genética com outro olhar.

O novo olhar vê a vida – isto é - o conjunto de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos – como produto da engenharia mais eficiente que já existiu.  Essas « máquinas » biológicas tem conseguido conquistar a terra e elas mesmas se reproduzem.  E em vez de procurar só « melhorar » essas máquinas, agora existem projetos de criar novas máquinas biológicas, que nunca existiram antes, usando trechos de DNA que estão na « programação » das espécies que conhecemos como simples « peças » que podem ser articuladas e combinadas em outras « máquinas », desenhadas diretamente pelo ser humano.

Essa novidade não é coisa de ficção científica.  A nova engenharia biológica está sendo desenvolvida nas universidades – grandes e pequenas – de muitos países, e tem patrocinadores empresariais poderosos.  Até agora, o objetivo da maioria dos pesquisadores tem sido ou criar produtos comercializáveis ou então produtos que poderiam resolver problemas humanitários.  Nas sombras, também existem fins destrutivos, sejam desenvolvidos por agentes de violência estatais (i.e., militares) ou por agentes de violência extra-estatais (i.e., terroristas). 

Existe muita pouca reflexão ética, e quase nada de regulação legislativa, sobre esse novo campo que está crescendo rapidamente e que pode mudar radicalmente o jeito que entendemos a vida.  Será que a teologia cristã tem uma palavra para aportar nessa fronteira, ou vamos continuar só brigando entre nós pelos mesmos problemas de sempre ?    Por Emilio (aluno)

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