quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

“POSSA EU, POSSAS TU, POSSAMOS NÓS VIVER BEM!”



O ser humano, de tanto viver rodeado de resultados dos avanços tecnológicos, científicos..., parece que pouco a pouco vai se esquecendo que a sua vida continua se realizando na coexistência com os outros e para os outros.
Ora, o acesso aos bens tecnológicos não pode nem deve conduzir o homem a um individualismo e isolamento. É bom lembrar que existe em nós uma dimensão profunda que nos conduz, não simplesmente a existir, mas também a dar ao outro aquilo que somos.
O ser humano não pode cair numa fuga mundi. Ele deve ter presente que sua existência está orientada para se realizar neste mundo com e para os outros. Portanto, em lugar de se fechar em si mesmo, o homem está continuamente convidado a ir ao encontro do outro.
Este sair de si mesmo para ir ao encontro do outro implica certas considerações a serem levadas em conta. Segundo Paul Ricoeur, é verdade que o constitutivo do ser humano é a dimensão dialogal.  Mas esta atitude de diálogo nem sempre é ingênua: traz um tom de ambigüidade na hora do seu exercício. Por exemplo, assim como o diálogo pode ser um encontro de respeito e estima entre dos seres iguais, também pode se tornar num exercício de poder e instrumentalização do outro.
Para evitar qualquer tipo de distorção da dimensão dialogal, Ricoeur exorta que a experiência de correlação de rosto-a-rosto deverá estar movida pela intenção da vida boa, com y para os outros, isto é, o ser humano não pode prescindir da atitude de solicitude, porque só desta forma o diálogo poderá torna-se num encontro de amizade entre iguais. Só assim o homem poderá dizer: “possa eu, possas tu, possamos nós viver bem!” Por Bernardo Leon Mercado Vargas (aluno)

Crédito da imagem: http://www.ght.org.uk/userfiles/image/webgeneral/African-facing-masks-iStock.jpg

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