O ser humano,
de tanto viver rodeado de resultados dos avanços tecnológicos, científicos...,
parece que pouco a pouco vai se esquecendo que a sua vida continua se
realizando na coexistência com os outros e para os outros.
Ora, o acesso
aos bens tecnológicos não pode nem deve conduzir o homem a um individualismo e
isolamento. É bom lembrar que existe em nós uma dimensão profunda que nos
conduz, não simplesmente a existir, mas também a dar ao outro aquilo que somos.
O ser humano
não pode cair numa fuga mundi. Ele
deve ter presente que sua existência está orientada para se realizar neste
mundo com e para os outros. Portanto,
em lugar de se fechar em si mesmo, o homem está continuamente convidado a ir ao
encontro do outro.
Este sair de
si mesmo para ir ao encontro do outro implica certas considerações a serem
levadas em conta. Segundo Paul Ricoeur, é verdade que o constitutivo do ser
humano é a dimensão dialogal. Mas esta
atitude de diálogo nem sempre é ingênua: traz um tom de ambigüidade na hora do
seu exercício. Por exemplo, assim como o diálogo pode ser um encontro de
respeito e estima entre dos seres iguais, também pode se tornar num exercício
de poder e instrumentalização do outro.
Para evitar
qualquer tipo de distorção da dimensão dialogal, Ricoeur exorta que a experiência
de correlação de rosto-a-rosto deverá estar movida pela intenção da vida boa, com y para os outros, isto é, o ser humano não
pode prescindir da atitude de solicitude,
porque só desta forma o diálogo poderá torna-se num encontro de amizade entre
iguais. Só assim o homem poderá dizer: “possa eu, possas tu, possamos nós viver
bem!” Por Bernardo Leon Mercado Vargas (aluno)
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