quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Uma civilização tecnológica




As novas tecnologias para muitos da nossa geração “pós trinta” que vivem nas grandes cidades nos provocam certo temor e insegurança diante da “complexidade” da revolução científico-tecnológica. De certa forma, tudo isso, produz em nós uma cegueira diante do momento histórico que estamos vivendo. Talvez em um primeiro momento fugir seria a melhor solução. Mas fugir pra onde? Quem sabe para qualquer tradição histórica, que o tempo não modificou (Os deuses devem estar loucos). Mas a fuga por medo e insegurança seria neste exato momento uma retirada precipitada, uma negação da consciência que teima em nos dizer que, este novo mundo, emerge com toda a sua força, sem precedentes na história[1]

Hoje podemos perceber que sociedade é um sistema complexo, adaptativo, de incidência e reincidência, nada determinístico; as regras mudam à luz das consequências que elas mesmas produzem, até um ponto em que um novo conjunto de regras torna-se aplicável. As organizações humanas são sistemas muito complexos, mas tem tendência para auto-organizar-se. A possibilidade da auto-organização está na liberdade. 

A liberdade por sua vez, será protegida quando simbolizações totalitárias ou integristas, como as tendências tecnocráticas, as ideologias do mercado, do hedonismo, forem percebidas e denunciadas. No mundo da complexidade, os riscos são muito maiores. Primeiro, com perigo da inação ou paralisia diante das forças desencadeadas a partir da dinâmica científico-tecnológica. Segundo, porque em condições não-estáveis e evolutivas, o ambiente social, econômico e tecnológico adapta-se ao empreendimento – aquilo que se empreende como pesquisa e desenvolvimento tecnológico, por exemplo - em andamento, bem como o empreendimento ao ambiente. O fundamento para a proteção da liberdade vem da responsabilidade e do diálogo. 

Portanto, o que podemos afirmar que sem cegar-se ao momento histórico, a Bioética, Teologia e a filosofia são, de certa forma, possibilidades de refletir a luz da ética e de uma política para a civilização científico-tecnológica. Elas são possibilidades de meditação, que leva o homem a um lugar intermediário, onde ele tem sempre a possibilidade de estranhar-se do seu mundo. A meditação tem o valor de questionar nossa própria verdade e nossas metas. A medição sobre aquilo que hoje é para nós a nossa era, e as nossas concepções de humanidade, situa o pensamento e a decisão nas forças essenciais próprias do nosso tempo. Agora, no presente, temos que encarar sem medo e insegurança o novo mundo tecnológico. Então, talvez no futuro, não nos lamentaremos porque não estivemos à altura de algo grandioso que estava acontecendo entre nós. Mais vivemos sem medo do novo. Por Valdeci Gama (aluno)

Créditos da figura: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidF0CkLlyqPwNmVrEfKa0gE06IUTmLzdYSfAg8iDxnWr1ZoR3lVMcf-94RcP5yuWrFGlG3c6e8rgQ8WOzNIuHm8pkawGwj89E61NNjAXCOoVWJcYuWQh3Yr1zevxAY3fwqYBui-vtW__o/s320/digital1.jpg


[1] Todo o texto se refere sobre anotações feitas em sala de aula e conversas paralelas feitas nos intervalos.

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