quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Aborto: um olhar na perspectiva cristã católica



Sobre a questão do aborto, Junges (2006, p.149-150) pondera: “Em geral, a discussão está reduzida às batalhas jurídicas, ou a descrição dos fatos sociológicos, descurando a reflexão ética que é a base primeira de qualquer bioética [...]”. Ora, prender-se ao “pode”, “não pode” do jurisdicismo, significa anular a dimensão simbólica do agir, tarefa peculiar da reflexão ética. O aborto é uma forma vulgar de tirar uma vida do ser humano. O feto é um projeto de corpo humano e olvidar isso, é ignorar o fantástico processo de vida humana.
A Igreja entra no fórum das discussões da bioética sobre o aborto, porque condena a tortura em quem quer que seja. Ela compreende que o ser humano na sua inteireza é para ser respeitado, nunca conspurcado. Por isso, condena toda experiência de cunho científico que coloca a vida em risco. Os cristãos compreendemos que o corpo humano é sagrado e, por isso, a Igreja é visceralmente contra a prática do abordo porque feto é um projeto de vida em formação.
Ora, na doutrina cristã, o direito de nascer é fundamental. E se a Igreja defende o feto, não se trata de ideologia, mas de preceitos evangélicos que jamais abrem mão do direito à vida. José Fernandes de Oliveira (1997, p. 80), constata: “[...] É por causa do direito que um feto humano tem de nascer que a Igreja condena o aborto e a legalização do aborto. Foi concebido: tem o direito de nascer”. E acrescenta: “[...] O feto está na mulher, mas a mulher não é dona daquele feto, pela mesma razão que o piloto não é dono do passageiro que voa com ele".
Implica, portanto, dizer: abortar é negar um futuro ser humano a desenvolver-se, e a isso, não temos o direito, até mesmo porque acreditamos que o direito de viver é fundamental. Faz parte da fé cristã! E feto é realmente projeto de ser humano. Por Iran Brito (aluno).



Crédito da foto: http://www.filhosmisericordia.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Rezar.jpg

Referências:
OLIVEIRA, José Fernandes de. Católicos serenos e felizes: entre nós é assim... São Paulo: Paulus, 1997.
JUNGES, José Roque. Bioética: hermenêutica e casuística. São Paulo: Loyola, 2006.    

4 comentários:

  1. Colega Iran, seu texto “Aborto: um olhar na perspectiva cristã católica” expressa seu grito “sou contra o aborto”. De antemão também sou. Isto é positivo porque mostra o ser cristão no mundo. O texto aborda a questão do “pode” e “não pode” sobre o aborto. Claro que não pode, não é verdade?
    Pois bem, algo precisa ser distinguido no seu texto, assim estará mais claro para os leitores, e não terão a mesma dúvida que eu. Ou seja, o embrião e o feto humanos são diferentes, estão em fases diferentes: o embrião é a fase de diferenciação orgânica, estação da segunda até o fim da sétima semana depois da fecundação, período conhecido como embrionário; feto chama-se a fase de desenvolvimento intra-uterino que se inicia a partir da 8ª semana de vida embrionária, e neste momento já se observa braços, pernas, olhos, nariz e boca... e vai até o fim da gestação. Em síntese: até a oitava semana embrião, daí até o parto feto, depois que nasce recém-nascido.
    Iran, você não confunde o embrião com o feto? É preciso investigar melhor a questão. Isso porque você afirma “a Igreja é visceralmente contra a prática do abordo porque feto é um projeto de vida em formação”. Analiso primeiro a compreensão de “projeto” – este é “intenção de fazer; desígnio; intento; plano de realizar qualquer coisa”; ”esforço para produzir”; todos os significados caminham no mesmo sentido “algo que é projetado para ainda acontecer de fato”. Portanto, a palavra “projeto” está equivocada no texto. Ela chega a distorcer a verdadeira compreensão do feto. A Igreja é contra o aborto, eu também! A Igreja está a favor do feto (vida), eu também. Sendo assim, o feto não é “projeto de vida em formação”, caro colega.
    Pois bem, se no feto já existe vida, ele nem é “projeto” e nem é “vida em formação”. Até poderíamos dizer que o embrião seria um projeto de via no período de fecundação, nunca o feto como projeto (exemplo: o casal em conversa quer ter um filho, eles projetam ter um filho, o projeto, então, é a fase anterior ao ser). Quando feto já existe “a vida humana”.
    Feto é vida humana e pronto! Podemos até considerar a expressão, referindo-se ao feto, “vida em formação” e jamais projeto de vida. Bem, é assim que compreendo a questão. Retorno ao texto e faço meus elogios, apenas comento uma afirmação que vai de contra a minha compreensão e de muitos pesquisadores-cientistas. Tenho dito.

    ResponderExcluir
  2. Caro Enoque, sou profundamente agradecido pelo comentário. Também, profundamente lamento porque o mesmo além de está truncado, não oferece nenhuma contribuição. Ora, ao afirmar que o texto aborda a questão do "pode não pode" sobre aborto, isso não é verdade. Por aí, você já começa a deturpar a mensagem e a beleza do texto, que quer olhar o aborto na perspectiva cristã católica. Depois, não faço confusão entre embrião ou feto. Sou categórico em afirmar: feto é projeto de vida humana. E nesta expressão, percebo que você também embaralhou-se. Ou seja, não entendeu que feto é projeto de vida em formação, que está se constituindo e não está acabado, que ganha apogeu ao NASCER. Feto já é vida, mas não totalmente formada, e por não estar totalmente formada, é uma vida muito mais depende do que podemos imaginar. Por isso, precisa da cooperação da mãe, e do pai (seus arquitetos) para que esse bonito projeto que se forma não seja interrompido!
    Em todo caso, entendo sua vontade de arguição! E constato, mesmo havendo hermenêutica, muitos são os que se aproximam do texto de maneira fundamentalista, e dizem o que o texto não diz. Infelizmente, esse é o risco de todo e qualquer texto que ganha caráter público. Frente a um texto, não é suficiente usar dicionário, é preciso também um esforço hermenêutico!
    Muitíssimo obrigado pelo comentário. Para mim, autor, é uma grande façanha saber que alguém o leu e comentou-o. Última análise, expressa que há conteúdo, mesmo concordando ou discordando! É um direito do leitor!

    Iran Gomes Brito

    ResponderExcluir
  3. Até quis evitar algum comentário. Mas preciso retificar sua argumentação.
    Querido Iran, de fato, o comentário está truncado pelo fato de você não aceitar ser corrigido. Humildade é algo que nem todo ser humano possui, lamento. Lendo o seu texto encontrei isto “...prender-se ao “pode”, “não pode” do juridicismo...”, não negue o que está afirmado por você. Se preferir, continue categórico dizendo “feto é um projeto de vida em formação”, tens direito. Ao contrário, discordo de sua verdade. E mais, até onde irá chegar não sei... Talvez consiga um prêmio científico comprovando o feto como projeto de vida humana em formação. Todavia, nunca vou entender o feto como projeto de vida em formação. Insisto que pesquise melhor sobre tal assunto!
    Sinto muito querido, não anulei a temática abordada, sua intenção é positiva, foi elogiada por mim. Leu atentamente meu comentário? Penso que sim, mas prefere alegar que está troncado. Humildemente procurei alertar o erro. Está livre para discordar. Como disse, nem todos conseguem, na humildade, aceitar algum tipo de correção. Prefiro seguir o que cientificamente é correto! Grato por contestar o comentário troncado. Este também está, no seu ponto de vista, acredito!

    ResponderExcluir
  4. É claro que seu comentário está truncado. Não só o primeiro, mas este também! E neste, começa pela própria palavra truncado em que escreve "troncado"! Mas isso é o de menos. Está truncado porque você pegou várias palavras do dicionário para expressar sua compreensão sobre a palavra projeto, assim como também, várias informações sobre embrião e feto, mas conseguiu amarrá-las. Qualquer pessoa de boa percepção nota a falta de nexo e conteúdo, tanto é que duas pessoas ao ler o comentário, partilharam comigo: "ele não entendeu nada do texto"!
    Vejo que você as vezes é lento para compreender algumas coisas. Quando no outro comentário dizia que meu texto não trata de "pode" "não pode" sobre aborto, queira chamá-lo atenção de que isso não é o foco da discussão do texto, queria levá-lo a compreender o cerne da questão. Infelizmente, a tentativa foi vã! Por isso, aproxime-se do texto a partir do título. Ele, o título indicará de onde parto e aonde quero chegar. Alerto, meu foco no texto não é discorrer sobre estação de gravidez, embrião, feto. Sobre isto, procurarei fazer em outro artigo para dar-lhe o prazer de lê-lo na ótica em que está lendo este.
    Um outro esclarecimento. Ao escrever não tenho a pretensão de fazer com que as pessoas pensem do meu jeito. Respeito a liberdade de pensar dos outros, pois entendo que cada um tem sua forma de compreensão. Escrevo porque quero expressar minha concepção sobre determinado assunto, e todos deveriam fazer o mesmo! Você por exemplo, diz preferir seguir o que é "cientificamente correto", resta saber o que você entendo por isso. Já eu, prefiro escrever minha compreensão sobre determinado assunto, mesmo que haja oposição, ou animosidade injustificada.
    Repito o que havia dito na resposta ao seu comentário anterior, "muitíssimo obrigado pelo comentário. Para mim, enquanto autor, é uma grande façanha saber que alguém o leu e comentou. Última análise, expressa que há conteúdo, mesmo concordando ou discordando! É um direito do leitor!" e acrescento: também é dever do leitor compreender o que se lê, evitando dizer que o autor diz o que ele não diz!
    Boa leitura dos meus textos! Que Jesus o abençoe!
    Iran Gomes Brito

    ResponderExcluir