Sobre os caminhos da Bioética[1], sabemos da amplitude do tema. Destacar-se-á
os seguintes aspectos: abordagem interdisciplinar, abordagem secular, abordagem
prospectiva, abordagem global e abordagem sistêmica. Neste artigo considera-se a
deontologia médica do início do século XX como antecedente da bioética.
Abordagem interdisciplinar. Trata-se de uma ética corporativa, pois elaborada pelas pessoas da
medicina, para o exercício da mesma. Com os desenvolvimentos biomédicos dos
anos 1960 o caráter corporativista da reflexão ética se mostrou inadequado. Daí
a necessidade da multidisciplinaridade.
Abordagem
secular. A revolução biomédica dos anos 1960 e a secularização provocaram uma
conscientização dos novos desafios comuns ao conjunto da sociedade. Assim, a
reflexão bioética tornou-se ainda mais secular. O agente envolvido deveria
suspender suas crenças e ideologias para se adotar e alcançar um denominador comum.
Abordagem prospectiva. A aceleração do desenvolvimento industrial e biomédico transformou as
mentalidades. A ética ou a moral quase ruíram. A bioética teve que se afastar da
palavra “moral” e adotou uma abordagem aberta e prospectiva. Não se trata mais
de aplicar regras e princípios já conhecidos e considerados válidos. Agora é importante
perguntar que balizas podiam ser estabelecidas para o presente e para o amanhã,
mesmo que bebendo nas fontes do passado.
Abordagem global. As
descobertas dos séc. XIX e XX exigiram a especialização médica. A classe passa
a se ocupar mais do órgão doente que do conjunto da pessoa. O fenômeno se
acentuou com o deslocamento da prática médica para o hospital, na qual intervém
uma equipe multidisciplinar. A atenção é posta de tal modo no funcionamento da
técnica, correndo-se o risco de certa despersonalização ou desumanização dos
tratamentos.
Abordagem sistêmica. A
revolução cultural de meados do século XX evidenciou a autonomia e a
autodeterminação da pessoa. A bioética passa a analisar e resolver casos
concretos, sempre singulares, mas de modo lógico, rigoroso. Ela busca a
coerência na solução de dilemas morais com referência aos mesmos critérios ou
princípios de base. A palavra “sistêmica” quer ao mesmo tempo incluir e superar
os aspectos paternalistas e casuísticos. Por Antonio Iraildo Alves de Brito (aluno)
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