terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Admirável mundo novo?



Nas aulas de bioética, ouvindo termos como técnica, ciência, tecnologia, sociedade, modernidade, humanidade, acabei me lembrando do livro “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, escrito em 1931. Uma bela obra, ficção/romance futurista, mãe de outras obras questionadoras do paradigma tecno[lógico]-científico.
                Engraçado, Huxley vivia em um contexto de uma atordoante falta de ordem, e escreve uma fábula contextualizada em VII d. F (século VII depois de Ford) relatando um tempo do excesso da ordem através do “desenvolvimento” científico. Na instabilidade de seu tempo, talvez Huxley tenha antevisto a gestação de um mundo extremamente tecnologicizado e o questionou...
                A fábula descreve um mundo absolutamente organizado em um sistema científico de castas. A sociedade era constituída por pessoas pré-programadas genética (manipulação genética) e psicologicamente para serem o lhes fora determinado ser pelo Estado, em prol do Bem-estar geral, ou seja: este sistema aliava controle genético e condicionamento mental para manter uma sociedade harmônica. Neste mundo, preponderantemente, tecnologicizado, subsistia uma reserva de “selvagens” (alegoria do mundo real), não pré-programados, comparável às quase-extintas tribos indígenas que ainda não tiveram contato com a “civilização”. A partir destes cenários, Huxley tece suas críticas ao mundo possível que ele anteviu, talvez um mundo não tão distante de nós hoje.
                Não vejo Huxley como um tecnofóbico, tampouco eu o sou. Através das ciências, das tecnologias por elas criadas, o ser humano tem chegado ao, até pouco tempo atrás, inimaginável. No entanto, há o risco de chegar a um lugar tal que poderá deixar de ser humano. As reservas selvagens que estão ficando perdidas dentro de nós podem nos ser necessárias para que sejamos quem somos: humanos! É possível suspeitar que “Admirável Mundo Novo” não seja pra sempre uma ficção, fábricas de homens estão aos poucos se desenvolvendo... Por Alfredo Viana Avelar (aluno)

Créditos pela foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbWJtkgSjKDi4sgb19OfrQd_XZJzsDuqFEwVmNo_1BtjYb9iT2Q8nP9uKfd22VqPs5qJi4ubLGuexV80AVhL1LU_7sK-gao2BVDzWq319_h-vPYC3NbtlOhuUf9ls3dCNh7Kp_9irY62lO/s640/brain.jpg

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