domingo, 12 de fevereiro de 2012

BIOÉTICA E AUTONOMIA



            A bioética fundamenta-se em primeiro lugar no desenvolvimento de uma atitude caracterizada pelo esforço de autoconhecimento, autocompreensão, autointerrogação e de autoafirmação que podemos chamar de autonomia. Assim, segundo Dominique Jacquemin¹, a capacidade de decidir não seria mais reservada aos especialistas, pois a partir da subjetividade, apoiada na experiência pessoal, homens e mulheres exercitam sua capacidade de julgar e discernir racionalmente o que está em jogo numa realidade concreta.
            A autonomia é a “capacidade que o homem possui de ser sua própria lei, não no sentido de um arbitrário da liberdade individual, mas como o reconhecimento, no mais profundo de sua humanidade, daquilo que o constitui: a dívida em relação ao outro e a reciprocidade”².
            A lei da autonomia é comum a todo homem e o constitui em profundidade. Ela é possibilidade de uma postura reflexiva da bioética diante do diálogo interdisciplinar com as várias realidades que se apresentam. Sendo ela comum a todo homem e possibilidade de reflexão e diálogo, cabe-nos o reconhecimento desta autonomia do outro, que me impede de reduzi-lo aos meus próprios pressupostos. Nesse sentido Jacquemin nos diz que, o critério de autonomia pode se tornar um instrumento heurístico, uma ajuda à decisão ética. Mas deve ficar claro que a lei da autonomia é uma ajuda, um auxílio e não uma norma. Por Alex Nuno (aluno)

Créditos pela figura: http://www.internetmonk.com/wp-content/uploads/community.jpeg

1.Dominique Jacquemin nasceu em Brasschaat em 1959. É enfermeiro, padre, teólogo e doutor em Saúde Pública-Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade de Louvain.
2. JACQUEMIN, Dominique. A Bioética e a questão de Deus. Paulinas: São Paulo, 2000, p.45.

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