domingo, 12 de fevereiro de 2012

Há soluções perfeitas para os desafios do eu?

A bioética deve inquirir permanentemente sobre a vida do ser humano. Todavia, não podemos imaginar que a bioética vai jorrar milagres. Porque todos os dias somos confrontados com circunstâncias inalteráveis. “Os problemas são de atitude diante do eu e de valorização ou desvalorização do eu por outros”[1].

A vida do homem e do planeta está em questão. Ela, a vida, é fruto do Sumo Bem, dom gratuito do seu amor. Fomos criados por Deus para promover a justiça e manter-se com esperanças na realidade. Todavia, muitos estorvos devem ser superados. Caso contrário, a capacidade de começar o dia com expectativas desaparecem do âmago do ser.

“Não há soluções perfeitas para esses desafios do eu, mas podemos dizer com certeza que são necessários “hábitos do coração” em vez de teorias intelectuais[2]”. Não é o caso de descartar uma base intelectual para evitar o excesso de sentimentalismos. Na verdade, deve mesclar razão e emoção ao externar as potencialidades do eu.

A riqueza dos resultados advém da partilha da experiência e do toque sóbrio da emoção. O ímpeto é amortizar só à razão ou só à emoção. Precisamos compactuar a esperança e recuperar o sentido do eu. Devemos incorporar a realidade de médicos feridos, que manejam bisturi e perfura a dor, com aguda compaixão procurar salvar vidas, e não meros observadores desapaixonados.

Estejamos atentos para não compactuar com os erros. Pois, não nos foi dado o poder de curar a vulnerabilidade humana, porém, só não sejamos a favor da destruição da vida. Defender a vida, lutar a seu favor, deve ser o ato de justiça de todo ser humano. Por Enoque Fernandes (aluno)

Créditos da figura: http://evelynrodriguez.typepad.com/photos/uncategorized/2007/07/17/picassogirlbeforeamirror.jpg


[1] Cf. GARRAFA, Volnei; PESSINI, Leo. Bioética (org): Poder e Justiça. São Paulo: Loyola, 2003, p. 91.
[2] Cf. Ibid. p.91.

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