Qual é a ética quando se muda a antropologia? Essa foi a
primeira pergunta que anotei no primeiro dia de aula de Bioética. Claro que
essa pergunta me persegue no meu trabalho conclusão do curso de Teologia, mas
de outra forma. Pergunto sobre as transformações na Igreja Católica com o advento das novas
tecnologias. A partir desses dois questionamentos inspirei-me a escrever umas
breves linhas sobre uma bioética do cuidado. Palavras Chaves: Bioética,
Cuidado, Felicidade, Coletividade, Busca Coletivo.
Bioética: trata do cuidado do planeta, pessoas, cidade,
corpo... Esse foi o conceito dado em sala de aula sobre Bioética. Hoje é nítido
percebemos que a sociedade de uma forma geral está preocupada com uma Bioética
“dos cuidados”, mas muitos de nós estamos preocupados, na verdade, de uma busca pessoal do cuidado. Claro que
se observarmos afundo essa busca perceberemos que todo o sistema capitalista
tem uma enorme culpa por essa busca desenfreada do cuidado consigo mesmo. O capitalismo
nos impulsiona a sermos cada vez mais indivíduos que buscam um cuidado pessoal.
Se fizermos uma “anamnese” vamos perceber que mesmo
antes do sistema capitalista a história humana sempre foi uma busca de
realização como individuo e como grupo que buscam o sentido da vida. Com a
chegada do capitalismo a coletividade foi se perdendo e permanece, hoje, a
busca por uma realização pessoal, mais do que coletiva. Mas na verdade não
sabemos qual é mesmo o sentido da vida. Por isso buscamos incansavelmente.
Hoje, como nunca,
essa busca parece rebuscada, parece que vivemos numa espécie de niilismo ético,
num mundo sem sentido, em um mundo que não consegue ultrapassar os limites da
técnica apenas como instrumento, num mundo extremamente técnico-pragmático, que
rejeita toda transcendência, onde o individualismo impera em detrimento do
coletivo.
Talvez buscamos
algo que não sabemos, talvez buscamos a perfeita felicidade, mas não sabemos
como encontra-la. Talvez buscamos uma felicidade que nos realize individualmente
e esquecemos de vez a coletividade. Enfim, talvez buscamos a perfeita felicidade
aristotélica: a felicidade como uma atividade do intelecto segundo a
excelência. Para ele o intelecto é o que há de mais sublime no ser humano.
Então a felicidade consistiria nessa atividade contemplativa. Essa
atividade contemplativa seria a perfeita felicidade. Somente esta atividade se
mostra estimável por causa de sua auto-suficiência e completude. Nesta
atividade se encontram todos os bens atribuídos ao homem feliz.[1]
Assim podemos esquecer da busca e do
cuidado coletivo.
Buscamos respostas,
mas nem sempre encontramos. Qual é a ética quando se muda a antropologia?
Talvez agora não saibamos, pois estamos vivendo na transformação significativa
na antropologia o surgimento de uma nova era que emerge a da ciência e
tecnologia.
Diante de buscas, dúvidas e incertezas. Pergunto se a
visão aristotélica a respeito da felicidade do homem não seria atual. Não seria
uma resposta a ser levada seriamente em consideração. Se seus ensinamentos não
nos ajudariam a viver melhor, a vivermos mais felizes. E esqueceríamos a busca
de “algo” coletivo e viveríamos a nossa individualidade feliz. Por Valdeci Gama SJ (aluno)
[1] Cf. NODARI, P. Cérsar, A Ética a Aristotélica, in Síntese Nova
Fase, Vol. 24, nº 78. Jul-setembro, 1997. p.398.
Em geral, eu acho um artigo muito bem estruturado. No entanto, eu considero que o artigo tem uma perspectiva um pouco pessimista. Eu consierou que a técnica tem ajudao muito ao ser humano a ser melhor na vida. Claro, nao podemos esquecer que quando o homem esquece vigiar a tecnologia por ele criada, pode ter consequências desastrosas e desafortunadas.
ResponderExcluirPor outro lado, respondendo a pergunta de autor de este artigo, eu acredito a visao aristotélica do homem tem muito que dizer-nos hoje em dia. Essa busca da felicidade nos deve guiar sempre. Essa atividade comtemplativa da vida que nos fza mais atentos as problemáticas que nossa vida moderna nos ofrece. Esta vida, onde a tecnologia e a ciência tem trazido para nós, nao só estabilidade e prosperidade, mas a possibilidade de melhorar nossas relacoes humanas, por meio dos meios de comunicaçao.
O problema nao está a fora do homem. O que contamina o homem é o que está dentro dele, em seu interior (Cf. Mc 7, 20-23)