quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

BIOÉTICA E SAÚDE PÚBLICA



            O texto base da Campanha daFraternidade 2012 – com o tema: Fraternidade e Saúde Pública¹ diz que a vida, a saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as ciências não se encontram em condições de oferecer uma palavra definitiva, mesmo com todo o aparato tecnológico. A bioética tem o papel de não permitir que esta palavra definitiva aconteça. Ela deve ser espaço de diálogo entre a ciência e o mistério.
            Mas, em se tratando de saúde pública, a bioética tem o papel de animar o que o texto base da CNBB chama de subsidiariedade: princípio que aponta para um modo de relação e cooperação construtivo entre as instituições interessadas na problemática da saúde pública, estando atenta a qualquer vestígio ideológico de poder que possa prejudicar a pessoa humana.
            A bioética deve ser presença de solidariedade, de maneira especial, quando a pessoa enferma e debilitada necessita de justo e qualificado cuidado nas instituições públicas. Ela como instância ética tem o papel de defender a pessoa no que concerne a sua dignidade, autonomia e verdade, denunciando, depois de apurada reflexão e análise hermenêutica, toda e qualquer situação de anti-ética promovida por qualquer entidade pública e pelo Estado em nome de interesses utilitaristas.
Não pretendo fazer da bioética uma instância reguladora e nem de acusação. Mas transformá-la num espaço, ou seja, num fórum de diálogo e discussão, onde todas as realidades podem se encontrar, sejam elas tecnocientíficas, médicas, políticas, sociais, antropológicas, psicológicas, filosóficas e teológicas, tendo como princípio a vida: direito de todo ser humano. Pois toda saúde pública é antes de tudo, um querer viver bem seja individualmente ou em sociedade. Por Alex Nuno (aluno).

1. Manual – Campanha da Fraternidade 2012 – Fraternidade e saúde pública – CNBB. n. 7 – 20.

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