O texto base da Campanha daFraternidade 2012 – com o tema: Fraternidade e Saúde Pública¹ diz que a vida, a
saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Diante delas,
as ciências não se encontram em condições de oferecer uma palavra definitiva,
mesmo com todo o aparato tecnológico. A bioética tem o papel de não permitir
que esta palavra definitiva aconteça. Ela deve ser espaço de diálogo entre a
ciência e o mistério.
Mas, em se tratando de saúde pública, a bioética tem o papel de animar o que o texto base da CNBB chama de
subsidiariedade: princípio que aponta para um modo de relação e cooperação construtivo
entre as instituições interessadas na problemática da saúde pública, estando
atenta a qualquer vestígio ideológico de poder que possa prejudicar a pessoa
humana.
A bioética deve ser presença de
solidariedade, de maneira especial, quando a pessoa enferma e debilitada
necessita de justo e qualificado cuidado nas instituições públicas. Ela como
instância ética tem o papel de defender a pessoa no que concerne a sua
dignidade, autonomia e verdade, denunciando, depois de apurada reflexão e
análise hermenêutica, toda e qualquer situação de anti-ética promovida por
qualquer entidade pública e pelo Estado em nome de interesses utilitaristas.
Não
pretendo fazer da bioética uma instância reguladora e nem de acusação. Mas
transformá-la num espaço, ou seja, num fórum de diálogo e discussão, onde todas
as realidades podem se encontrar, sejam elas tecnocientíficas, médicas,
políticas, sociais, antropológicas, psicológicas, filosóficas e teológicas, tendo
como princípio a vida: direito de todo ser humano. Pois toda saúde pública é
antes de tudo, um querer viver bem seja individualmente ou em sociedade. Por Alex Nuno (aluno).
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