quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Conferências sobre o meio ambiente x mercado


As conferencia internacionais sobre o meio ambiente formam um papel importante na conscientização sobre a situação ambiental do planeta. Assim destacam-se a conferência de Estocolmo (1972) e Eco-92 (1992). Cabe ressaltar que foram lançadas as idéias bases do desenvolvimento sustentável na Eco-92, 

o processo de desenvolvimento deveria levar em conta as características das áreas em questão, considerando o uso adequado e racional dos recursos naturais e a aplicação de tecnologias e de formas de organização que respeitem ecossistemas naturais e padrões sócio-culturais. (VARGAS, p.3066)
No período entre 1974 a 1994 foram realizadas três conferências ideologicamente diferentes, em 74 Bucarest para países desenvolvidos, a temática era a redução da fecundidade para um maior crescimento econômico; em 84 no México para países em desenvolvimento a temática era a preocupação com o alto crescimento demográfico. Na conferência do Cairo, o debate foi a respeito das desigualdades, entre sexos, luta contra a pobreza e em outro extremo, pelos movimentos de caráter religioso e de identidade. 

A Conferência do Cairo sobre a população adota uma temática de ordem qualitativa. A qualidade de vida, a forma de viver da população. São trabalhadas três grandes questões: (i) reprodução e os direitos que lhe estão associados, os problemas sanitários e a sexualidade; (ii)o planejamento familiar, a livre escolha e o perfil dos serviços de anticoncepção; (iii) a família, sua função social, sua segurança e a relação entre seus membros. (LASSONDE apud VARGAS, p. 3070). 

Em relação ao desenvolvimento e evolução demográfica, Vargas (p. 3071) aborda três aspectos: (i) o objetivo de durabilidade ou sustentabilidade do sistema econômico; (ii) a necessidade de estimular o crescimento econômico para lutar contra a pobreza; (iii) o direito ao desenvolvimento. A estabilização demográfica aparece numa mão contrária ao que propunha Malthus, ou seja, a pobreza demonstrou-se potencial para o aumento populacional e uma distribuição mais equânime da renda faz-se necessária, contrariando a teoria malthusiana. A equidade econômica nasce como solução para conter o crescimento demográfico, no entanto tal proposta não conheceu a execução, sobretudo em países em desenvolvimento. O que persiste é a desigualdade social. 

Conforme Vargas (p. 3068) “uma síntese possível para este final de século inclui seguramente, considerar o esgotamento de um estilo de vida de desenvolvimento que mostrou-se ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto.” Mesmo com os apelos das conferências sobre o Meio Ambiente a degradação persistiu. Isso se deve ao fato ao acúmulo capitalista, que pressupõe a exploração dos recursos naturais sem qualquer responsabilidade ecológica, uma vez que o lucro é seu objetivo. Portanto, os preceitos antropocêntricos influenciaram o último século. 

No que tange à produção, a tecnologia tem possibilitado uma “produção com produtividade[1]” e aumentado da capacidade produtiva dos recursos naturais[2]. Ao mesmo tempo, dispensa mão-de-obra, aumentando a desigualdade social. Outro fator que prejudica a empregabilidade é a passagem da sociedade industrial para a sociedade de serviços[3]. Assim o sistema econômico continua priorizando o lucro sem limites! Por Marcos Cançado (Aluno).

Créditos da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGsayh4s6XKtGu4U3rdSttBasomF9KelAazLxTKmD9hYQ84OEpdhEX0KKB25B6ElhHeVemhGzjN1QF80wB9AdaG8YnG71TxTMTA2e55jaIs9LEBMIZv_Y67FlrAaEV85Vs46Dokppy_w6-/s400/crise-terre-en-lambeaux.jpg


[1] Produz-se muito e em pouco tempo.
[2] Um exemplo de aumento de produtividade da terra com insumos e tecnologias e ainda mais com os transgênicos.
[3] Especialmente nos países em desenvolvimento o setor terciário tem crescido muito, no entanto, a população tem conseguido trabalhar informalmente.


BIBLIOGRAFIA
 VARGAS, Helena Camin. População e meio ambiente na entrada do terceiro milênio: em busca de uma nova ética. XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, 1999.


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