É de
conhecimento geral a afirmação abreviada de que o homem é composto das mesmas
partículas e cadeias moleculares das quais fazem parte os outros seres viventes.
Tudo bem. Mas não podemos reduzir o ser humano simplesmente ao âmbito
biológico.
O Concílio
Vaticano II, na constituição Gaudium et
Spes, nos exorta que é importante
articular o discurso antropológico-teológico com as outras ciências da vida,
porque o ser humano é muito mais do que uma existência no espaço e no tempo. O homem
é “corpore et anima unus”.
Daí que a
dimensão antropológica do ser humano encontra seu sentido na dimensão
soteriológica. Para Tremblay, no intuito de explicitar a sacralidade e
dignidade da vida humana, afirma que “no nascimento de Jesus, a vida humana é
elevada à condição de lugar onde aparece no mundo e pelo mundo a ‘Vida eterna’;
e de sujeito, através da sua constituição e destinação filial á comunhão e ao
mistério trinitário. Daqui que esta é confirmada no seu valor original de
portadora da imagem de Deus, valor intuído desde sempre da razão humana. Esta
dignidade é atribuída ao homem até o momento de deixar este mundo”.
Por sua parte,
Juliano de Almeida, no artigo O discurso
cristão-católico sobre a bioética, diz que “cada homem é muito mais que um
indivíduo ou um representante da espécie humana: é um vivente espiritual único,
irrepetível, insubstituível”. Isto é, teologicamente falando, o homem imagem de
Deus revelada em Jesus Cristo. Por isso, o homem é um ser aberto para a Vida
Eterna; um ser que caminha para comunhão plena com Deus. Por isso, os avanços
da tecnologia não podem ser mera desculpa para um afastamento maior de uma
reflexão antropológica baseada numa hermenêutica bíblica. Por Bernardo Leon
Mercado Vargas (aluno)
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