segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Desafios frente aos avanços da ciência e da tecnologia



O desenvolvimento técnico e científico mundial levanta perguntas que tocam o âmago do homem contemporâneo. E para que esse homem tenha respostas contundentes para a sua existência, ele deve analisar criticamente alguns conceitos fundamentais na história da humanidade. (Palavras chaves: vida, ética, filosofia, teologia, indagação, sentido, reducionismo, biotecnologia, crença, refletir e abertura.)
O desenvolvimento das ciências modernas e da técnica faz surgir indagações profundas para o homem contemporâneo. Tais como: há, de fato, uma identidade (ou natureza) humana, há uma individualidade? Vivemos ou não imersos em uma teia de relações? O que, ainda, falta ser conhecido nos seres?  Nos tornaremos seres que viverão através de implantação de chips, como máquinas? Descobrirão a cura para a morte[1]? Poderemos viver utilizando medicamentos que abram a nossa inteligência?
Estas são indagações éticas e teológicas, se entendemos teologia e ética como a busca profunda para o sentido da vida e das relações. Estas perguntas estão para além da biotecnologia, para além do cientificismo e, por isso, só podem ser respondidas a partir da abordagem crítica da antropologia em consonâncias com a filosofia e a bioética com o pano de fundo teológico.
Deste modo há alguns conceitos que são de suma importância: o de qualidade de vida (a vida material que está ligada ao bem-estar biológico); a qualidade de vida ética (esta está ligada a conquista da virtude e a partilha dos bens para a realização de todos); a qualidade de vida transcendente (aqui deve se atenuar para uma existência além que escapa a razão positivista) [2]. Outro conceito importante é o de crença. Em que ou em quem se crer? Na ciência, na razão, no homem, na materialidade efêmera que circunda o homem? Quais seriam as conseqüências de uma crença de uma fé materialista? E por fim o conceito de sentido. Na atual sociedade se fala em sentido para tudo na vida, mas ainda assim, se percebe um vazio grande na vida de uma gama da população mundial.
Por isso, deve-se refletir abertamente sobre a vida em suas diversas dimensões e não reduzi-la a um dentre os diversos aspectos que a constitui. A abertura e reflexão sobre a vida podem ser a condição que possibilitaria uma vida saudável respaldada por uma crença que vai além da efemeridade e além da materialidade e, portanto, é da ordem do transcendente. Deste modo, o sentido para existência rompe barreiras e fronteiras utilitaristas, reducionistas e ilusórias embasados na falca crença que se revela, quando analisada criticamente, como mero paliativo. Por Vagner Moreira da Silva (aluno)


[1]  Infelizmente corremos o risco de esse fenômeno natural denominado morte receber uma conotação de doença, já que, percebemos uma fuga dela ou uma maquiagem sobre a mesma ainda que de modo simbólico quando se propagam uma vida vazia. A vida coexiste com a morte, por isso, quando se vulgariza a vida a mesma vulgarização atinge a morte. Mas para os cristãos a morte não tem a última palavra sobre a vida, porque Cristo venceu a morte. (Isto é um dado de fé para os cristãos)
[2] Cf. PEGORARO, Olinto A. Ética e bioética: Da subsistência à existência. Petrópolis, Vozes, 2002, p.25.

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