O processo continuo de desenvolvimento da sociedade
humana trabalha a fantástica relação do ser com o cosmo no mesmo compasso de
uma estrutura dinâmica e gigante com o universo, ser passível de comparação ao
minúsculo interior de uma célula e do átomo. Isso demonstra a capacidade
“hermenêutica” do homem em dar sentido ao conhecimento tanto micro como macro
de seu próprio ser. Contudo, até que ponto a compreensão que se tem das
especialidades múltiplas das ciências e da técnica se contrasta com o todo do
conhecimento humano é impressionante. De outra forma, é necessário perceber o
geral, o universal, a visão mais ampla para dar sentido e conceituar o
particular?
É
possível que a visão hodierna, em em virtude de respostas de tipo pragmáticas e
objetivas, esquece ou não dá a devida atenção a realidade da totalidade e
complexidade que é o ser humano, o qual está em continua relação com outros
seres; e as proporções que uma determinada expressão tecno-cientifica pode
afetar a pessoa em sua individualidade e a humanidade em geral. “Expressão”
essa dotada de mais variadas vertentes de objetos de estudos, desde as
descobertas bio-nucleares, até os estudos inerentes a astronomia e a física
quântica. Dotado, logo, de capacidade em refletir e desvendar o mistério que o
circunda e está dentro de si, o ser humano pode ou valorizar mais o objeto de
conhecimento estudado/pesquisado em per
si, ou dar sentido a esse “objeto” no intuito de compreender sua relação
com ele próprio (ser humano) e seu indubitável fim para o qual toda atividade
humana, seja individual ou coletivo, deviria ser exigida: o bem!
O ser
humano em sua compreensão sobre a realidade que o cerca e a qual está em seu
interior de forma biológica ou psíquica, está vinculado de forma sine qua non a relacionar-se com outros
de sua espécies, participando de uma coletividade que não deve ser deixado de
lado no decurso de um tese científica. Dessa forma, seria inegável a afirmação
de que para chegar ao particular é preciso observar atentamente o universal;
indo mais além, mais vale o bem como consequência/finalidade da ciência em seu
contexto mais universal do que o proveito pontual e pragmático mesmo que
atingindo beneficamente a particularidade de um único ser.
Um único
ser que pensa, que é livre em sua expressão mais fundamental, no qual a vida
dele é assumida com um “eu” absoluto no qual não existe outro igual a ele, e
sua vida não pode ser partilhada nem vivida por outro, também tem sua finitude
e sem-número de predisposições nas quais delimitam seu círculo de compreensão.
E quanto menos a principal característica que o define com homo sapien sapiens é objetivada em único campo de visão, mais sua
compreensão se fecha e é aprisionada a uma realidade que aparentemente pode até
trazer um bem a um individuo específico, todavia traz consequências funestas
para a humanidade ou o destino do planeta.
Podemos
então argumentar que a particularidade de uma experiência é tão maléfica quanto
a pluralidade de especializações tecno-científicas que fora dividida a
totalidade do homem com seu meio-ambiente. Perdendo-se de vista o horizonte
pelo qual todo do conhecimento humano tenderia a chegar (bem universal ou o mais
universal possível), a compreensão individual acarreta não apenas um prejuízo
pessoal, mas e inclusive traz consequências a nível social, ultrapassando as
barreiras de uma nação ou visões religiosas, filosóficas e culturais já
pré-estabelecidas, atingindo todo o globo terrestre.
Diante
de todo esse processo desenvolvimento do conhecimento humano, uma ferramenta
produzida pelo aprimoramento das relações humanas plural e universal tem o papel de ir além do
poder de realização das ciências, da tecnologia ou qualquer outra atividade na
qual a finalidade do “bem” global não é clara. A ética tem um papel fundamental
para dar sentido a esse “poder” humano buscando o bem em seus mais amplos e
variados aspectos. O processo dinâmico do conhecimento não pode perder de vista
os benefícios possíveis de ser alcançados por todos. A liberdade da produção do
conhecimento, doravante, deve estar atenta a pluralidade dos indivíduos
contextualizados em sua diversidade de “predisposições” do mundo que “está-aí”
e deve ser cuidado por todos que nele vive sem exceção. Por: Hugo Galvão (aluno)
Créditos da imagem: http://www.duke-energy.com/investors/publications/annual/ar-2007/_img/building-bridges/0.jpg
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