quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A MORADA DA VIDA É UM LABIRINTO: SUPOSIÇÕES A PARTIR DO TERMO BIOÉTICA



O termo bioética é constituído por duas palavras de origem grega: bios = vida; ethos = morada. Podemos fazer a seguinte tradução de bioética a partir de suas raízes: “morada da vida”. Pois bem, esta tradução nos mostra, ao mesmo tempo, o alcance inimaginável e a complexidade inigualável do objeto da bioética, a vida em sua morada ou a morada da vida, uma vez que a morada da vida é o universo do qual muito pouco conhecemos. Em outras palavras, a bioética lida com questões relativas à vida em uma morada, habitação [que é o universo] que tem mais a ver com labirinto do que com casa. Mas, pra quê bioética? A ética não daria conta pensar as questões da vida neste universo-labirinto?
A vida por si só, em seu estado natural, já é complexa. No entanto, se complexifica ainda mais na medida em que os “alquimistas” conseguem alterar consideravelmente a ordem normal da matéria, tornando-se como que criadores de um novo mundo, transformadores da vida, arquitetos-engenheiros-pedreiros da morada da vida, da vida mesma. Não fosse por este passo tão grande dado pelo homem – através, sobretudo, da ciência moderna – talvez a ética pudesse “dar conta recado”, a morada [ética] se bastasse abarcando a vida.
No entanto, os superavanços da técnica humana fizeram surgir a necessidade de uma reflexão distinta da ética que pudesse pretender dar conta das questões que a vida nos coloca quando se alteram as estruturas da morada, daí a bioética. Esta super-heroína, não é mais uma disciplina dentre outras tantas já existentes, mas sim o ideal de um amálgama de todas as matérias humanas que possam contribuir para responder às questões que, pelo nosso modo de ser vida no mundo, foram problematizadas por nós.
Aquele que se embrenhar em questões concernentes à bioética há de estar preparado para se perder neste labirinto, drama da vida no universo. Um perder-se que nada mais é que tomar consciência de que somos neste labirinto; embrenhar-se no sentido de tomar consciência desta nossa situação existencial: ser reféns de nossas próprias criações... Por Alfredo Viana Avelar (aluno)

Créditos da figura: http://revistadeciframe.files.wordpress.com/2010/06/labirinto_da_vida.jpg?w=614

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