quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Bem Viver



Fala-se muito hoje do “Bem Viver”. Existem muitas correntes, mas em geral é uma proposta baseada num imaginário alternativo ao consumismo e o capitalismo neoliberal. O Bem Viver valoriza a felicidade acima da capacidade de consumo, e a sustentabilidade acima do crescimento econômico. 

O movimento tem raízes ideológicas no conceito de “desenvolvimento humano” do economista indiano, Amartya Sen, mas na América Latina também tem uma ligação estreita com as culturas e tradições indígenas. 

Sem duvida, essas culturas guardam, na sua práxis e nos seus valores, uma sabedoria que pode nos ensinar a todos a viver de um jeito mais sustentável e harmonioso, e a priorizar as relações em comunidade por acima das coisas materiais. Ironicamente, como fala a escritora Arundhati Roy, os mesmos povos tradicionais que têm sido tão menosprezados por seu “atraso” – exatamente por ter ficado fora (seja voluntária ou involuntariamente) do sistema que idolatra o câncer do consumismo – agora são quem guardam as chaves do futuro da humanidade e do mundo. “A pedra que os construtores rejeitaram se tornou a pedra angular” (Mt 21, 42). 

Mas a aprendizagem com os povos indígenas até agora marginalizados, também não significa uma imitação essencialista e a-histórica. Tanto esses povos como a sociedade dominante estão sempre em processo de mudança, e ambos podem aproveitar dum diálogo entre iguais. É análogo a quando os mestres da espiritualidade falam que o importante é seguir Jesus, desde a própria realidade e identidade, e não só “imitar” Jesus. 

As pessoas que fazem propostas como essa costumam terminar dizendo que alguns acham que é doido falar em mudar o sistema atual, mas, na verdade, maluco é quem acha que dá para continuar vivendo do mesmo jeito. Por Emilio (aluno).

Créditos da figura: http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTozn1PkVYiAQC7p_zAS4xFSp9gFDZOvExLcurFZIPVxyZZvn2WzE585isU4g

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