sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O MESSIANISMO CIENTÍFICO



Mesmo não professando a fé cristã, é praticamente impossível alguém não se encantar com a pessoa de Jesus, com o modo que ele viveu, pelas coisas que ele fez, pelo modo que ele enxergava o mundo... sem dúvida alguma, Jesus viveu profundamente o ser-humano!
                A ciência, para muitos em nossos tempos, é messiânica! É a nossa salvação! Cumprirá o prometido por Deus... e, pelo que parece, as promessas messiânicas se cumprem através das ciências: surdos ouvem, cegos veem, mudos falam, loucos (endemoniados) são equilibrados, lepras (doenças graves) são curadas, mortos (ou quase-mortos) voltam à vida, pode fazer “nascer de novo” (pela clonagem), pode movem montanhas (vide a atividade mineradora nos arredores de BH), mais do que andar sobre as águas, pode andar no céu (no espaço), pode colher frutos 1000 por 1, pode transformar água no que quiser. Estes e tantos outros avanços da ciência causam encantamento, geram fé! No inconsciente coletivo está o pensamento: “a ciência vai encontrar um jeito para...”. Fé firme, fé forte.
                Jesus, o Cristo, o Ungido, o Messias, como temos nos evangelhos, fez igualmente surdos ouvirem, cegos verem, mudos falarem, expulsou demônios, curou leprosos, vivificou mortos, foi ressuscitado, ensinou a nascer de novo (não no ventre, mas na fé), moveu montanhas (do preconceito, da discriminação, da desigualdade social etc), andou sobre as águas, plantou para colher muitos frutos, transformou água em vinho. Tantas outras coisas mais ele fez! Também gerou a fé! Creram nele! No entanto, o que nos dizem as Escrituras sobre Jesus, estes traços do seu messianismo, não têm pretensão de ser comprovados como fatos históricos, são conteúdos puramente teológico-existenciais e a mensagem de fundo é a de que Jesus agia em prol da vida, visava um mundo novo, no qual reinasse o amor-serviço, a justiça, a paz, onde não houvesse pobreza, doenças... por isso mesmo, este pobre homem de Nazaré  foi por toda a vida solidário aos mais pobres e abandonados da sociedade. E dentro do que lhe era possível, fez uma revolução que alcançou o mundo todo!
                As ciências também fizeram uma revolução no mundo, uma revolução em constante expansão. Porém, seus “milagres”, ao contrário dos de Jesus, são acessíveis a quem pode pagar por eles. O pobre, lascado, sofrido, injustiçado, vai continuar surdo, pois o aparelho auditivo é caro; o cego continuará sem ver, pois a cirurgia é caríssima; o mudo, continuará sem falar, o pobre seguirá sem voz; o paralítico, sem grana, vai seguir paralítico... e por aí vai.
                Estamos diante de um jansenismo tecnológico, no qual a “salvação” é para uns poucos privilegiados! A enorme massa populacional está condenada. O messianismo científico é pura aparência, pois as promessas de Deus são para a humanidade toda! Por Alfredo Viana Avelar (aluno)


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