O
ser humano pode ser entendido a partir de diversas concepções, seja ela
ontológica, seja moral ou ainda hermenêutica-fenomenológica, entre outras. A
bioética não exclui as outras possibilidades, mas seu viés parte da perspectiva
hermenêutica como foi dito no artigo anterior. Nesse olhar, a bioética lida com o ser humano em sua dimensão de
pessoa. O ser humano é entendido como pessoa porque é dotado de linguagem. A
essa nova realidade se agrega o valor da relação. O ser humano é pessoa porque é
um ser de linguagem que é capaz de se relacionar.
A
especificidade de cada pessoa está em ser única, mas isso não a enclausura a
viver fechada, afinal a dinamicidade da vida humana enquanto pessoa consiste em
viver para a relação. Nenhum ser humano é pessoa senão está aberto para o
encontro. A humanidade de uma pessoa está em ser para os outros. A pessoa se
realiza na relação com os outros. O ser humano é um ser pessoa à medida que se
faz com outros, à medida que dialoga e se relaciona.
Na
relação, o ser humano descobre que não está pronto, que ele é vulnerável e
finito, que ele é um ser em construção, ou seja, o ser humano está o tempo todo
aprendendo a ser pessoa. Ser pessoa é estar aberto a refletir sobre os meios de
uma existência saudável. Ser pessoa é saber e agir que a vida é um dom e que
cuidar da vida é um compromisso. Ser pessoa é viver a liberdade na
responsabilidade. Ser pessoa é um desafio!
Eis
a tarefa da bioética, trazer à tona as reflexões profundas sobre o que é ser
pessoa em meio a tantas ambivalências. Qual o sentido da vida? Para quem tanta
tecnologia? Afinal, a vida é feita de perguntas. Perguntas que incomodam e que
movem. Por exemplo, como sobreviver em uma república dita democrática onde as pessoas
são entendidas a partir do consumismo e não da cidadania? O importante é a hiper
valorização da tecnologia em detrimento da vida humana? O convite está posto,
eis a nossa adesão. Protagonizemos nossa existência. Sejamos agentes ativos da
história. Por Isaac Celestino de Assis (aluno).
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