quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O ser humano como protagonista da sua existência


O ser humano pode ser entendido a partir de diversas concepções, seja ela ontológica, seja moral ou ainda hermenêutica-fenomenológica, entre outras. A bioética não exclui as outras possibilidades, mas seu viés parte da perspectiva hermenêutica como foi dito no artigo anterior. Nesse olhar, a bioética  lida com o ser humano em sua dimensão de pessoa. O ser humano é entendido como pessoa porque é dotado de linguagem. A essa nova realidade se agrega o valor da relação. O ser humano é pessoa porque é um ser de linguagem que é capaz de se relacionar. 
A especificidade de cada pessoa está em ser única, mas isso não a enclausura a viver fechada, afinal a dinamicidade da vida humana enquanto pessoa consiste em viver para a relação. Nenhum ser humano é pessoa senão está aberto para o encontro. A humanidade de uma pessoa está em ser para os outros. A pessoa se realiza na relação com os outros. O ser humano é um ser pessoa à medida que se faz com outros, à medida que dialoga e se relaciona. 
Na relação, o ser humano descobre que não está pronto, que ele é vulnerável e finito, que ele é um ser em construção, ou seja, o ser humano está o tempo todo aprendendo a ser pessoa. Ser pessoa é estar aberto a refletir sobre os meios de uma existência saudável. Ser pessoa é saber e agir que a vida é um dom e que cuidar da vida é um compromisso. Ser pessoa é viver a liberdade na responsabilidade. Ser pessoa é um desafio! 
Eis a tarefa da bioética, trazer à tona as reflexões profundas sobre o que é ser pessoa em meio a tantas ambivalências. Qual o sentido da vida? Para quem tanta tecnologia? Afinal, a vida é feita de perguntas. Perguntas que incomodam e que movem. Por exemplo, como sobreviver em uma república dita democrática onde as pessoas são entendidas a partir do consumismo e não da cidadania? O importante é a hiper valorização da tecnologia em detrimento da vida humana? O convite está posto, eis a nossa adesão. Protagonizemos nossa existência. Sejamos agentes ativos da história. Por Isaac Celestino de Assis (aluno).

Créditos pela foto: http://www.lynnpalewicz.com/torso04.html

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