quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um novo mundo está se abrindo

Desde tempos remotos da vida e da caminhada humana se percebe o embate entre a religião e a ciência. E a cada momento da trajetória humana este confronto aparece com uma face diferente: como confronto entre a religião[1] e a ciência, entre a fé e a razão, entre descoberta e crença, etc. Esta constante tensão nos revela a preocupação[2] da religião com relação ao desenvolvimento e andamento da ciência e, não obstante, o anseio científico de se ver livre das amarras da religião. Entretanto, tanto a chamada preocupação religiosa levou a religião, historicamente, a se fechar e até cair em exageros[3], quanto o forte anseio de liberdade científica levou a ciência a catástrofes irreparáveis[4].
Por isso, o homem analisando e se responsabilizado pelos feitos históricos de ambas, da ciência e da religião, tem a possibilidade de repensar a vida projetando-a para realização um mundo novo. Esta projeção deve ter as suas bases na predisposição para uma consciência ética e moral geradora de alicerces para uma sociedade livre do dogmatismo tanto científico quanto religioso. Mas, atenuando e reconhecendo a relevância de ambas para a emancipação do ser humano, para a preservação do ecossistema e para o estreitamento das relações. Deste modo, nem a fé precisa assumir o estatuto científico que é próprio da ciência, nem a ciência precisa assumir o papel da fé tentando mensurar a experiência de Deus ou provar com equações matemáticas a existência divina.
 Para este respeito mútuo que parececaminhar a nossa atual sociedade. Com o discurso ético que, por sua vez, se revela como caminho reconciliador entre as posições junto com o advento da bioética como base para o respeito à vida em suas diversas dimensões[5]. Pelos feitos do passado, nem a ciência deve reclamar para si a universalização de uma verdade que pode ser cega e má. E tampouco a religião deve ater-se à pretensão que só a fé basta ao homem para uma sociedade mais religiosa e mais justa.
Um novo horizonte, portanto, parece se abrir entre as relações religiosas e científicas. A visibilidade desta abertura se revela de maneira mais contundente na gerência dos institutos religiosos que a cada instante estão se abrindo ao valor da ciência para o mundo. E a ciência, por sua vez, tem admitido, mesmo que só pelos impactos ambientais e de guerras, que ela também é falha e, portanto, não é detentora da razão. A evidência de um horizonte nobre se mostra, ainda também claramente, na liberdade em que as comunidades acadêmicas possuem, hoje, de questionar com diversos meios de comunicação que lançam mão os desajustes científicos e as incoerências religiosas. A liberdade de alunos, atualmente, no mesmo espaço de estudo de divergir nas opiniões no que tange a vida. A abertura para dar relevo e destaque a desolação social que se instaura muitas vezes em nome do desenvolvimento e a crítica a modelos morais que dialogam com a modernidade.  Tudo isso nos indica um mundo novo batendo à nossa porta. Por Vagner Moreira Silva (aluno)

Créditos da imagem: http://apod.nasa.gov/apod/image/sunrise_apollo_big.jpg


[1]  Religião, isto é, a cristã católica.
[2]  Para outros esta preocupação seria sinal deprudência do magistério católico, outros ainda seria sinal de medo eintolerância da Igreja. Mas não entraremos nesta polêmica. 
[3] Taiscom o fideismo em que se acentua exageradamente a fé, o reducionismo que reduza vida e história a um determinismo de leis.
[4]Haja vista, as últimas guerras mundiais friamente organizadas pela ciência deseu tempo.
[5]Também na dimensão tecnologia, pois a técnica é fruto da ação humana e,portanto, deve ser respeitada e não marginalizada.

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