quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O SOBREVIVER DO HOMEM E DA NATUREZA




O homem vem se relacionando com a natureza desde os primórdios, sendo que, em cada tempo histórico é predominante uma forma de se relacionar com a natureza. A humanidade já foi muito dependente da natureza, aos poucos foi conhecendo-a e dominando-a. É através da extração e transformação dos recursos naturais que o homem mantém sua sobrevivência e reprodução.  No entanto, a natureza responde às intervenções humanas, podendo ocorrer os impactos ambientais, a degradação dos recursos naturais. Esses impactos ocorrem na medida em que o homem consome uma quantidade de recursos acima da capacidade de regeneração da natureza. Sendo assim, pretende-se analisar a relação entre as sociedades e a natureza tendo por enfoque primordial a problemática da degradação dos recursos naturais. Problemática que além de quantitativa[1] no atual milênio é qualitativa[2].
Com o devido cuidado, poderíamos nos perguntar se a preocupação com o crescimento demográfico e os recursos naturais disponíveis não seria pertinente, como o fez, por exemplo, por clérigo, economista e demógrafo inglês Robert Malthus. A lei de Malthus é enumerada em três preposições: a população é necessariamente limitada pelos meios de subsistência; a população aumenta sempre que aumentam os meios de subsistência, a menos que qualquer circunstância imprevista detenha o crescimento; os cataclismos que fazem com que a população se mantenha em nível adequado aos meios de subsistência resumem-se a coibições, vícios e misérias. Na perspectiva malthusiana a solução para a subsistência da humanidade era regular o aumento da população ao número de recursos oferecidos pela natureza.
Após rever em uma breve síntese o pensamento malthusiano, é bom conhecer o advento da modernidade e suas conseqüências na natureza e na sociedade, bem como a tese antropocêntrica que sustentou “o moderno”. Com a industrialização, a urbanização, a efetivação da era capitalista a destruição da natureza ocorreu sem precedentes. As cidades surgiram onde antes existia a natureza. O ar, as águas começaram a serem poluídas, os congestionamentos, as aglomerações populacionais nasceram. O que sustentou essa degradação ambiental foi a tese antropocêntrica. Na citada tese, o homem é o centro do universo, a natureza deve ser explorada. A preservação do meio natural somente é justificada se traz benefícios para o homem. A solução para as grandes taxas demográficas é uma melhor distribuição da renda.
Nesse contexto, a degradação ambiental foi defendida como “necessária” para o desenvolvimento das nações, tendo por aporte a ideologia antropocêntrica: os recursos naturais são ilimitados e o progresso era sinônimo de crescimento, desenvolvimento e conquista da natureza. Esse pensamento marcou o século XIX e boa parte do século XX, quando começaram a surgir com maior relevância os questionamentos a respeito da degradação ambiental e a necessidade de preservar a natureza. Uma preocupação que se tornou parte da Bioética. Por Marcos Cançado (aluno).

Créditos da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3FMIr7NtK80SgDW9DwaGtsK242KCaJ8bCfbSzRKKbGvkkpdMEmTByjLP3IR113Qo6f58IYuIuPv1WrfGbk1XNbVHO2_6FDg7Js1sxrxkp2w5acnUokoZmoQlwtz4mxbeABlNYZJXi4D1-/s1600/luzdeluma8.jpg


BIBLIOGRAFIA
VARGAS, Helena Camin. População e meio ambiente na entrada do terceiro milênio: em busca de uma nova ética. XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, 1999.


[1] A problemática quantitativa é evidenciada na tese malthusiana ( necessidade de equilíbrio entre o número de seres humanos e os recursos naturais disponíveis – alimentos).
[2] A problemática qualitativa não se centra somente em números, ela lida com a qualidade de vida dos homens, tendo em vista aspectos normativos, portanto concerne ao âmbito da ética.

Nenhum comentário:

Postar um comentário