O termo bioética e o
seu sentido são muito controversos. Sua definição surge em meados da década de
70. A Encyclopedia of bioethics, que
defini esta ciência como “o estudo sistemático da conduta humana na área das
ciências da vida e do cuidado da saúde na medida em que essa conduta é
examinada à luz dos valores e dos princípios morais”[1].
Diante disso, pode-se questionar: há
diferença entre valores éticos e morais? Para responder essa indagação, nada
melhor do que aferirmos a definição de bioética do pioneiro ao utilizar este
termo. O
primeiro a usar o termo de modo documentado foi o oncologista americano, Van R.
Potter, em um artigo intitulado Bioethies:
The science of survival[2].
Neste conceito, bios representa o conhecimento biológico, a ciência dos
sistemas vivos, e ética representa o conhecimento dos valores humanos[3].
Destarte, indica-nos uma sutil diferença, na qual ética representa o
conhecimento e a moral, o conjunto de valores dos seres humanos.
Com o intuito de que acontecesse uma
verdadeira dinâmica e interação entre o ser humano no seu fazer, e o meio ambiente no seu valor, Potter
pensou em criar essa nova disciplina. Desse modo, bioética se tornaria uma
ponte entre a biologia e a ética. Visa principalmente a vida em sua totalidade,
respeitando a essência humana e sua dignidade, ou seja, sua natureza é considerar
a vida como um bem absoluto, respeitar todo o ser humano na sua verdade
integral, o homem em sua totalidade, envolvendo a dimensão ética.
Ao visar os direitos e deveres da comunidade
científica e o bem-estar do ser humano, quatro princípios básicos da Bioética
foram elaborados, são eles: a autonomia, a beneficência, a não – maleficência e
a justiça. Cada um destes mira sempre a proteção da vida e os valores éticos.
Entretanto, tais princípios podem e devem ser questionados em determinados
momentos, pois até que ponto pode-se determinar que uma pessoa é autônoma? Como
avaliar os riscos e benefícios? O que deve ser ponderado para se chegar a
conclusão de que os riscos e benefícios visam realmente o bem estar e o querer
do indivíduo? Muitas outras questões que fervilham em nossas mentes poderiam
ser lançadas.
Enfim, a discussão
sobre a bioética e sua importância no desenvolvimento biotecnológico, não
poderia ter outro objetivo do que a maior defesa da vida. Sua inter-relação com
as demais áreas do conhecimento técnico – científico deve ajustar e garantir a
integridade da pessoa, estabelecer esta ponte entre a vida e a ética e
propiciar a dignidade humana. Por Marcos Cançado (aluno).
Créditos da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt30gnCJVTCyERoVADGgVVu6jUL-nE_cZjAJc1WEMOXU-6Nu6eU4GXSNZx-_jwQmE3IZHhtou2R5hMyKPbKLVE7NaRE2jIsvuyUNGxOIZ_QKl_rCHZw3dITdLuG16OYPNMRFGn2jTwX4bM/s1600/bioetica.jpg
[1] SGRECCIA, Elio:
Manual de Bioética. I fundamentos e ética biomética. São
Paulo: Loyola, 1996, p. 43.
[2] PESSINI, L.
Bioética: das origens aos desafios contemporâneos, in. Ser e Viver, bioéticas, biotecnologias e sexualidade, SBTM, Ed.
Santuário, 2008, p. 17-19. Cf. O que significa bioética? Disponível em: <http://www.presenteparahomem.com.br/o-que-significa-bioetica-conceito/>. Acesso em
08 Fev. 2011.
[3] PESSINI, 2008,
p. 19. Cf. A importância da bioética. Disponível em: <.http://www.geneticanaescola.com.br/ano2vol2/03.pdf> Acesso em 08 Fev. 2011.
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