quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Bioética e defesa da vida


O termo bioética e o seu sentido são muito controversos. Sua definição surge em meados da década de 70. A  Encyclopedia of bioethics,  que defini esta ciência como “o estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e do cuidado da saúde na medida em que essa conduta é examinada à luz dos valores e dos princípios morais”[1].
            Diante disso, pode-se questionar: há diferença entre valores éticos e morais? Para responder essa indagação, nada melhor do que aferirmos a definição de bioética do pioneiro ao utilizar este termo. O primeiro a usar o termo de modo documentado foi o oncologista americano, Van R. Potter, em um artigo intitulado Bioethies: The science of survival[2]. Neste conceito, bios representa o conhecimento biológico, a ciência dos sistemas vivos, e ética representa o conhecimento dos valores humanos[3]. Destarte, indica-nos uma sutil diferença, na qual ética representa o conhecimento e a moral, o conjunto de valores dos seres humanos.
            Com o intuito de que acontecesse uma verdadeira dinâmica e interação entre o ser humano no seu fazer, e o meio ambiente no seu valor, Potter pensou em criar essa nova disciplina. Desse modo, bioética se tornaria uma ponte entre a biologia e a ética. Visa principalmente a vida em sua totalidade, respeitando a essência humana e sua dignidade, ou seja, sua natureza é considerar a vida como um bem absoluto, respeitar todo o ser humano na sua verdade integral, o homem em sua totalidade, envolvendo a dimensão ética.
Ao visar os direitos e deveres da comunidade científica e o bem-estar do ser humano, quatro princípios básicos da Bioética foram elaborados, são eles: a autonomia, a beneficência, a não – maleficência e a justiça. Cada um destes mira sempre a proteção da vida e os valores éticos. Entretanto, tais princípios podem e devem ser questionados em determinados momentos, pois até que ponto pode-se determinar que uma pessoa é autônoma? Como avaliar os riscos e benefícios? O que deve ser ponderado para se chegar a conclusão de que os riscos e benefícios visam realmente o bem estar e o querer do indivíduo? Muitas outras questões que fervilham em nossas mentes poderiam ser lançadas.
Enfim, a discussão sobre a bioética e sua importância no desenvolvimento biotecnológico, não poderia ter outro objetivo do que a maior defesa da vida. Sua inter-relação com as demais áreas do conhecimento técnico – científico deve ajustar e garantir a integridade da pessoa, estabelecer esta ponte entre a vida e a ética e propiciar a dignidade humana. Por Marcos Cançado (aluno).

Créditos da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt30gnCJVTCyERoVADGgVVu6jUL-nE_cZjAJc1WEMOXU-6Nu6eU4GXSNZx-_jwQmE3IZHhtou2R5hMyKPbKLVE7NaRE2jIsvuyUNGxOIZ_QKl_rCHZw3dITdLuG16OYPNMRFGn2jTwX4bM/s1600/bioetica.jpg


[1] SGRECCIA, Elio: Manual de Bioética. I fundamentos e ética biomética. São Paulo: Loyola, 1996, p. 43.
[2] PESSINI, L. Bioética: das origens aos desafios contemporâneos, in. Ser e Viver, bioéticas, biotecnologias e sexualidade, SBTM, Ed. Santuário, 2008, p. 17-19. Cf. O que significa bioética? Disponível em: <http://www.presenteparahomem.com.br/o-que-significa-bioetica-conceito/>. Acesso em 08 Fev. 2011.
[3] PESSINI, 2008, p. 19. Cf. A importância da bioética. Disponível em: <.http://www.geneticanaescola.com.br/ano2vol2/03.pdf>  Acesso em 08 Fev. 2011.

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