quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sustentabilidade e Ethos



No contexto de um consumidor insatisfeito, efêmero, constituído de desejos insaciáveis, o desafio que surge é o da Sustentabilidade. Para o consumidor que é levado a esquecer a fé, os dogmas, os preceitos religiosos são insuficientes e nem sempre têm credibilidade para a atualidade. “Os shoppings surgem como uma verdadeira ‘Igreja contemporânea’: esse fenômeno representa o desejo de consumo permanente”. (FREITAS, 2005, p.84).
 A questão que se coloca é a sustentabilidade[1], mas a ética é a do consumo. Na ética as escolhas são individuais e para a coletividade, no entanto condicionadas pelo social[2]. O homem estará disposto a se privar do consumismo? E qual é a medida certa para que não haja consumismo, a sustentabilidade? Os abastados estarão dispostos a permitir que os pobres melhorarem seu nível de vida? São essas questões importantes para definir a ética da sustentabilidade.
Nesse Sentido, Leonardo Boff (2003) fala da necessidade de se fundar uma ética planetária. Para tanto, o homem necessita criar certos consensos, coordenar ações, abster-se de certas práticas e elaborar expectativas e projetos coletivos tendo em vista uma ética e moral comum para todos os seres humanos, vivendo numa mesma casa e com um destino comum.  
É suscitado por Boff no homem uma tentativa de resposta que possa originar um ethos mundial, que se traduzirá em cuidado, cooperação, co-responsabilidade, compaixão e reverência à vida e à Terra. Uma aceitação livre, consciente do homem em relação ao bem comum. Eis o desafio para o homem do terceiro milênio: uma existência que respeite o outro, a natureza, o futuro. Por Marcos Cançado (aluno).

Créditos da figura: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjOFJTvX4IkEUov95izJYOA_Am1L5FvFE7d2-iRrWKk6lVbq05y9HcvICbvsmJO17lsbSbH4g4eRDQm7bySXv2j3_NmzIo_wSU_28AeTBdRQKjjwMFIQsMwt5b9oxRqJ56C_NssVsx7ko/s1600/carrinho_mundo.jpg


[1] O desenvolvimento sustentável se propõe a satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer a possibilidade, das gerações futuras de vir a satisfazer suas próprias necessidades. (VARGAS, p.3077)
[2] Na sociedade do consumo a população é condicionada a consumir e sem se preocupar com a coletividade.
 Bibliografia:
 BOFF, Leonardo. Ethos Mundial: Um consenso Mínimo entre os Humanos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
 FREITAS, Luis Carlos de. Uma Pós-modernidade de Libertação: reconstruindo as esperanças. Campinas: editora Autores Associados, 2005.
 VARGAS, Helena Camin. População e meio ambiente na entrada do terceiro milênio: em busca de uma nova ética. XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, 1999.

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